Ação, aventura, mundo-aberto e uma Assassina.. será que vai?
Desenvolvido pela Ubisoft Sofia e lançado em 2012 “exclusivamente” para PlayStation Vita – logo também saiu para Playstation 3 (outubro de 2012) e finalmente em 2014 para Xbox 360 e PC com uma versão em HD (Alta definição).
“Eu procuro liberdade e independência, não por mim, mas por aqueles que são negados a esses direitos fundamentais. Serei seu escudo, sua espada, sua única esperança. As estradas que viajarei serão escuras, mas serão elas que irão me trazer para mais perto da luz. Eu usarei a escuridão, serei invisível e atacarei quando menos se esperarem. Eu sou Aveline de Grandpré. Eu sou uma assassina.”
Liberation é um jogo que segue os acontecimentos de Aveline de Grandpré, com descendência Africano-Francesa; sendo a primeira aventura de uma Assassina na série, de inicio temos uma perspectiva de quem ela realmente é, mostrando-nos em eventos primários alguns fragmentos de sua história de forma rápida para já chegarmos em seu ponto de auge: a vida de assassinatos.
Não pense que ela entrou nessa vida “por acaso”, pois a história se desenvolve muito bem ao longo de 9 arcos que “sincronizam” o jogador por um vasto mundo de acontecimentos baseadas em nossa realidade, é claro, com várias adaptações fictícias nos exibindo detalhes que a deixam cada vez mais interessante. Por mais que nós evitemos os odiados spoilers, devemos soltar alguns para que nossa crítica possa ser mais abrangente, o primeiro deles: Os vários alter-egos de Grandpé.
Vida sofrida? Hum.. mais ou menos
Devemos deixar claro que Aveline – nossa protagonista – não é nem de longe uma escrava. Porém seus objetivos são honestos, e sobretudo.. admiráveis.
Liberation abusa do pretexto de que ela pode se inserir em 3 identidades diferentes; sim, a aventura esbarra na prática da cultural plaçage (onde espanhóis e franceses ricos arranjavam casamentos com mulheres de descendência africana, indiana ou crioula, permitindo assim a essas mulheres e aos seus filhos ganharem poder e posições de relevo na sociedade) que no jogo, nos adapta à primeira: Lady. Explicando um pouco mais a fundo, Aveline é filha de um rico comerciante francês e uma africana, que ocupava uma posição de riqueza e respeito dentro da cidade.
Como uma dama, que lida com Aristocratas e derivados – ela se veste a caráter, deixando marmanjos de queixo caído, assim o jogador também têm a possibilidade de atrair guardas fazendo-os de “capacho” o que em algumas situações é bem engraçado.
Sua segunda remete ao seu objetivo de maior interesse: a libertação dos escravos, a tão sonhada liberdade (O game se passa entre 1765 e 1780). Assim ela pode se infiltrar em campos de trabalho para negros, navios de compra de trabalho escravo, dentre outros ambientes no qual ela pode se adentrar sem muitos problemas.
A terceira e última, é a de maior interesse: Assassina. Portando armas de títulos anteriores e até dos mais recentes à época de lançamento (“Assassin’s Creed III: Liberation” leva sigla “III” e como podem imaginar, se passa no mesmo período da aventura de Connor) o que nos faz ter um arsenal de Facas, Machados e Espadas de forma satisfatória (por mais que você nem se preocupe em comprar a maioria) e é claro, armas de fogo e mais algumas adicionais como Zarabatanas, cutelos e granadas.
Apresentação Visual
A versão testada na análise foi a última, lançada no inicio de 2014 e que conta com texturas em Alta-Definição e todo um ajuste especial para os Computadores; é bonito? Com certeza.
Se torna até mais interessante ao saber que o título foi produzido especialmente para os Portáteis, já que a conversão para outras plataformas funciona tão bem. Obviamente não devemos esperar por gráficos absurdos. E por mais que tenhamos visuais “mais do mesmo”, devemos fazer menção aos detalhes: o período noturno, o período ensolarado, e as várias ambientações empregadas, algo que falaremos logo abaixo.
Vários Lugares, com várias tarefas
Liberation se destaca pela qualidade dos cenários, e as várias ambientações que vão desde cidades como Nova Orleans (cidade mais populosa do estado americano da Luisiana) que traz aquele ar Francês (Foi fundada originalmente por exploradores franceses, com o nome de Nouvelle Orléans);
Pântanos usados para transportes ilegais e atividades suspeitas, Chichen Itza (México) e outros lugares que sempre trazem uma sensação nova (todos muito bem produzidos). Nestes mapas, o jogador terá sempre uma série de missões secundárias opcionais que remetem à trama local de cada um destes (pessoas com febres descomunais? Procure por uma forma de curá-las) aumentando sempre a importância de sua presença, uma mulher que está sempre a procura de fazer o bem (mesmo se para isso, ela tenha de fazer várias coisas um tanto quanto obscuras).
Áudio
A trilha sonora como de costume, é sensacional! Temos músicas ocasionais muito bem produzidas, ambientes fechados de batalhas ou até mesmo momentos de fugas que nos fazem comprar a ideia sem grandes problemas.
São em torno de 27 faixas ao longo da aventura, um número satisfatório e que inclusive já ganhou prêmios! Compostas por Winifred Phillips e produzidas por Winnie Waldron – em 2012 foram indicados na Hollywood Music in Media Awards (HMMA), nas categorias de “Melhor Álbum de Banda Sonora” e “Melhor Música – Videojogo Portátil”.
Jogabilidade
Enfim chegamos ao tão aclamado: fator gameplay. Pra começo de conversa, devemos lembrar que Assassin’s Creed como uma série apresenta sempre uma dinâmica de combate como comentamos um pouco mais acima.. “mais do mesmo”, não que isso seja algo exatamente ruim. Analisando adentro notamos que ele responde bem, e por mais que o mesmo as vezes pareça um tanto quanto artificial… é divertido. Cada tipo de arma leva uma gama de golpes diferentes – fazendo com que o leque de opções – seja sempre algo considerável. Pule por casas, se pendure em árvores e encontre a melhor maneira para caçar seus adversários, algo que já conhecíamos por games passados. A experiência é legal? É sim.
Sistema de Negócios
Ser uma Assassina não é barato, e para manter seu arsenal e o comércio da família, é bom que você também pegue no pesado.. mesmo que isso não seja lá, bem.. algo tão pesado assim. O sistema de negócios funciona da seguinte maneira: Compre cargas, e exporte-as para outras cidades, compre Navios e aumente seu tráfego marítimo, e fazendo esse jogo de “Compra & Envio” um bom dinheiro pode ser ganho. Sim, é algo que será muito dispensado pelos jogadores que procuram sempre ação em qualquer esquina – mas funciona. E o melhor, não requere tanto tempo.
Vale a pena?
Após matar espanhóis, destruir franceses, trair.. ser traída, ser manipulada – pular em armadilhas, aniquilar hordas e mais hordas de inimigos, fingir ser uma escrava, brincar de ser uma Aristocrata, e dormir 3 horas por noite.. é, talvez a resposta seja um.. sim! Unindo todos os aspectos, o conjunto funciona bem e traz uma dinâmica nova para a série. A história é boa, e o roteiro sempre tenta te deixar ligado no que está acontecendo.. além de que várias revelações são apresentadas como um “furo de programação” já que toda a imersão se dá por um produto da Abstergo, mas com alguns.. adicionais te mostrando que nem sempre o que parece ser, de fato é.
E ah, lembre-se novamente.. Assassin’s Creed III: Liberation leva a numeração III da série, e isso pode acarretar em encontros um tanto quanto.. familiares, para os fãs da série.
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