Godzilla, eu vi o trailer, eu fiquei absurdamente animado para o novo filme do maior monstro dos cinemas, eu queria que desse certo, tinha que dar certo, e sem o mínimo medo de parecer saudosista, eu quero gritar para o mundo que: deu certo!
Muita coisa poderia ter dado errado nesse novo filme do Godzilla, erros de roteiro, uma direção descuidada, atuações ruins, efeitos especiais de segunda, mostrar pouco o monstro gigante, não conseguir desenvolver as personagens. Porém, tudo no filme do diretor Gareth Edwards é muito equilibrado, e funciona em perfeita harmonia, e tudo, literalmente tudo acontece por uma razão.
O roteiro escrito por Max Borenstein e Dave Callaham escolhe explicar os acontecimentos do filme, mas isso não é um ponto negativo, já que não estamos em um filme do Nolan isso faz com que o telespectador só se envolva mais ainda com o enredo do longa. A premissa pode parecer simples a olhos destreinados, mas o que o remake hollywoodiano de Godzilla nos traz é uma crítica ao armamento nuclear, já que ele é a causa de todos os problemas expostos na trama, pois o urânio alimenta as criaturas gigantescas que irão destruir cidades inteiras quando despertarem, mas, essa não é só uma das coisas que mais chama a atenção, já que o número de referências feitas é satisfatório, fazendo menção ao filme original de 1954, e também a acontecimentos com relevância histórica para o nosso mundo e para o universo criado no filme.
Além de críticas a bombas nucleares, o longa-metragem conta a história de um tenente do exercito (Aaron Taylor-Johnsson), que ao voltar de uma missão é perturbado com lembranças de seu passado quando seu pai (Bryan Cranston) é preso no Japão, então, o soldado tem de deixar a sua esposa (Elizabeth Olsen) e seu filho pequeno para resolver este problema, e é quando tudo começa a ficar interessante.
Porém o crescimento acontece quando o Godzilla é mostrado ao público em toda a sua magnificência, é simplesmente incrível vê-lo ali, parado, pronto para atacar, com uma cara que expressa um misto de raiva mas ao mesmo tempo de compaixão. Devo dizer que até o monstro aparecer eu estava achando o filme meio fraco, mas eu entendi porque o começo do longa é um pouco “parado”, o diretor e os roteiristas queriam nos preparar para o que estava por vir, e mesmo assim eu não estava preparado.
Eu estava fazendo reclamações em minha mente pois pelas minhas contas, o monstro gigante só havia aparecido de corpo inteiro três vezes durante o filme, mas quando clímax se iniciou eu senti uma animação enorme, o mestre de todos os monstros estava ali, do tamanho de um arranha-céu e lutando com duas outras criaturas que também tinha o seu tamanho, mas não o seu potencial. Confesso que fiquei nervoso igualzinho a uma criança quando o Godzilla caiu praticamente derrotado, mas tudo mudou quando uma distração causada pelo tenente e “protagonista” do filme “salvou” o dinossauro do que poderia vir a ser seu fim, então, sua cauda se iluminou e eu simplesmente não esperava por isso, sim, o Godzilla estava soltando raios azuis pela sua boca em seus inimigos, uma lágrima máscula escorreu pelo meu olho direito, minha cabeça explodiu e meu ouvido sangrou!
Eu simplesmente tiro o meu chapéu para o diretor Gareth Edwards e para a dupla de roteiristas Max Borenstein e Dave Callaham, que conseguiram equilibrar uma história com bons fundamentos para o lado humano da história, e ainda dar uma ótima explicação para o porquê de tais monstros existirem e a melhor parte é que tudo isso surge de forma natural, você não percebe os conceitos sendo apresentados para você, até que eles já estejam lá, funcionando, é tudo muito fluido, e até mesmo um motivo para a convivência “pacifica” do Rei dos Monstros foi dada, já que ele faz o equilíbrio entre o nosso mundo e dele, sendo como um predador e somente despertando quando alguma ameaça que a raça humana não será capaz de conter está a solta.
Godzilla revoluciona o gênero de monstros gigantes nos cinemas, mostrando ao público que este tipo de filme tem muito mais a oferecer do que simplesmente a destruição em larga escala, indireta para o Michael Bay, podendo contar uma história decente, sem tornar nenhuma das personagens o protagonista, e interligando as ações. Só espero, que não tentem transformar o filme em uma franquia, pois assim , um grande erro seria cometido, e talvez, estragaria tudo que este remake conquistou.
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