X-Men – Dias de Um Futuro Esquecido tinha a responsabilidade de consertar todos os erros que foram cometidos na trilogia original dos mutantes nos cinemas, só isso…
Com Bryan Singer de volta ao posto de diretor, era esperado que tivéssemos um filme excelente, já que, este longa reuniu o elenco dos três primeiros filmes e do ótimo Primeira Classe, porém, o resultado é apenas mediano.
O novo filme dos mutantes tem como base uma das HQs mais icônicas do grupo, X-Men – Dias de Um Futuro Esquecido, mas as únicas semelhanças que a película tem com o material base é o nome e a premissa, que nos mostra um futuro distópico para os mutantes, já que os robôs sentinelas dominaram o mundo – apenas no filme, na HQ, eles dominam os EUA e o Canada – e extinguiram praticamente todos os mutantes, e os seres-humanos que tentaram ajudá-los, então, a única alternativa que os discípulos de Xavier encontram para conseguir salvar o mundo e suas próprias vidas é voltar no tempo.
Um dos trunfos do longa é a sequência de cenas nas quais o mutante Mercúrio é o centro das atenções, pois apesar de seu visual um tanto quanto espalhafatoso, o personagem caiu como uma luva para o ator Evan Peters, que consegue fazer sua pequena participação ser praticamente uma das únicas coisas boas do filme, já que é ele quem ajuda Wolverine e Xavier a tirar Magneto da prisão, ainda conseguindo fazer uma referência excelente, e que aposto que deixou muitos fãs animados e com os olhos brilhando, quando ele diz para Erick (Magneto) que sua mãe certa vez conheceu um cara que manipulava metal, assim como ele.
Com efeitos especiais de primeira, e um humor afiado, é um prazer ter a adição do mutante no longa, que também já foi confirmado para o filme de 2016, X-Men: Apocalipse, porém, é uma pena, que nas sequências seguintes o filme decaia absurdamente.
Todos temos de concordar que apesar de algumas diferenças em relação ao Logan das HQs, o ator Hugh Jackman é um bom Wolverine, e é por conta disso que com o passar dos anos, seu personagem ganhou mais destaque e mais importância na franquia cinematográfica e consequentemente no universo Marvel dos quadrinhos. Porém, o novo filme dos X-Men peca em transformar uma incrível história de equipe, na história do Wolverine, contando desculpas para o espectador de como somente o carcaju seria capaz de viajar no tempo e permanecer lá durante tanto tempo por conta dos danos neurais, tais desculpas, que com o passar do tempo vão ficando desgastadas e sem fundamento, somente porque Jackman é um ator famoso e atrai público para os cinemas.
Assim como a adição de elementos desnecessários, como o cientista Bolivar Trask, interpretado pobremente por Peter Dinklage – o Tyrion de Game of Thrones – em uma de suas piores atuações, pois o filme não consegue desenvolver sua história e para isso aposta no renome de seus atores, fazendo com que o público não se interesse pela história e não se identifique com as personagens, dando também extremo valor para Jennifer Lawrence que não sabe viver a mística perigosa, assassina e ao mesmo tempo sexy que nós estamos acostumados, o elenco é praticamente salvo pela atuação impecável de James McAvoy como a versão mais jovem de Xavier, que carrega toda a emoção da trama nas costas.
Enquanto a Marvel não sabia o que fazer com os únicos super-heróis que não tinha vendido, a Fox lançava no distante ano de 2000 o primeiro filme dos X-Men, que foi extremamente aclamado, por adaptar de uma forma mais real – e coerente – um dos grupos mais famosos de heróis do mundo inteiro, porém, foram poucos os acertos e muitos os erros, X-Men – Dias de Um Futuro Esquecido era a nova chance que a franquia tinha de respirar, porém, tudo foi por água abaixo. Logicamente, alguns erros foram corrigidos, mas a necessidade de sempre corrigir erros, é algo que preocupa os fãs acerca dos mutantes, já que ao que parece, nós nunca teremos um universo coeso, uma vez que, agora temos dois elencos, Hugh Jackman afirma que o próximo filme solo do Wolverine será seu último papel na pele do herói, e não me surpreenderia se o universo inteiro sofresse um reboot assim como a Sony decidiu fazer com o Homem-Aranha.
O maior problema de X-Men – Dias de Um Futuro Esquecido é a falta de desenvolvimento de seus conceitos, fazendo com que tudo fique extremamente misturado e sem dinâmica, então, a trama e os personagens se perdem no meio de tantos acontecimentos confusos, além de não estabelecer qualquer tipo de ligação ou deixar alguma brecha para X-Men: Apocalipse, exibindo uma cena pós-créditos, tão desnecessária quanto muitos elementos deste filme, a única alternativa é esperar, e ver qual vai ser a próxima jogada da Fox e quem sabe de Bryan Singer – se ele continuar como diretor – para o novo filme, que chega em 2016.
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