A convite da Universal, fui ao escritório deles, representando o Internerdz para assistir Drácula – A História Nunca Contada, que exibe sua premissa simples e sincera em seu próprio título, contar a história do maior vampiro de todos os tempos de uma forma que nunca foi abordada nos cinemas, e o resultado é satisfatório.
Este filme não é o filme de nossas vidas, ele não irá nos representar daqui a muitos anos, mas podemos dizer que ele não deixa a desejar em questões técnicas, principalmente quando paramos para analisar e vemos que ele foi feito por principiantes, sendo este, o primeiro filme de Gary Shore, e pode ser a descoberta de um diretor talentoso, assim como é o primeiro grande papel de Luke Evans, que realmente encarna o personagem e consegue transcender a tela de cinema com suas emoções.
A história é simples, os roteiristas pegaram elementos do livro de Bram Stoker, misturaram com elementos verdadeiros sobre o príncipe Vlad II, e os colocaram juntos, unindo o útil ao agradável e formando assim a lenda de Drácula, que no filme é justificada pela invasão dos Turcos à Europa, e a ganância de Mehmed II, que deseja demonstrar à Vlad que é um líder supremo e infalível, exigindo que mil garotos em idade de lutar sejam entregues para fazerem parte das fileiras de seu exército, logicamente, o filho do príncipe da Transilvânia estava incluso.
A única alternativa de Vlad? Bom, achar uma forma de derrotar os Turcos e libertar seu povo deste mau que os perseguia a muitos anos, então, ele vai a montanha do Dente Quebrado, onde se encontra com Caligula, brilhantemente interpretado por Charles Dance, – o Tyim Lannister de Game of Thrones – que transforma Vlad em vampiro.
Os poderes são facilmente dominados pelo guerreiro, poupando tempo e explicações desnecessárias ao espectador, mas as explicações que são necessárias e são fornecidas ao público vem naturalmente, de forma contínua e confortável, fazendo com que o filme flua rapidamente.
Apesar de nenhum ator ter tido grande destaque por sua interpretação, vale ressaltar o esforço de Luke Evans, para nos passar todas as sensações que ele sentia enquanto Drácula, fazendo com que as personagens secundárias fracas, fossem facilmente relevadas, o único problema de sua atuação, é que no único momento mais descontraído do longa, no qual o ator podia demonstrar um pouco do divertimento que ele teve interpretando a personagem, ele não conseguiu, ou preferiu continuar com a carranca sofredora que carregou pelo longa inteiro, o que não é ruim, já que sua concentração foi extremamente necessária.
Drácula – A História Nunca Contada cresce nos momentos de tensão, quando há batalhas ou choques emocionais, o destaque, vai principalmente para a criatividade dos roteiristas, que conseguiram encontrar maneiras muito interessantes para retratar a batalha e dar a sensação do quão Drácula é poderoso, mas nada disso, teria sido executado se não fosse a competência de Shore, que dirigiu o filme muito bem em sua estreia na carreira, conseguindo equilibrar os pontos, coordenar os atores, extraindo assim, o melhor que ele podia, com o que tinha, que convenhamos, não é fácil contar uma história que todos conhecem de uma maneira totalmente nova, e mesclando realidade com ficção o longa alcança isso, não perfeitamente, pois ele é mais para divertir, já que a maior questão apresentada, e que configura a película é o quão longe alguém pode ir por aquilo que ama apenas com sua força de vontade.
Drácula – A História Nunca Contada, não é o melhor filme sobre o vampiro, mas com certeza, é o mais inventivo e o mais inovador, já que busca mesclar elementos reais com o do livro de Bram Stoker, e consegue um resultado satisfatório, por conta de uma direção inteligente e um roteiro honesto, que em nenhum momento tenta ludibriar o espectador com explicações ou cenas fora de contexto, ao fim do filme, fica a dúvida se este longa tem potencial para alavancar uma franquia, já que tivemos a deixa, o que sempre questiono é se é necessário uma sequência, principalmente de filmes que são feitos assim, com uma história fechada, mas o Drácula, chegou aos dias de hoje, e nos dias de hoje, o dinheiro move o mundo, o que vai importar é seu resultado nas bilheterias e suas críticas, bom, eu saí satisfeito com o que filme me apresentou, pois não esperava um longa pensante, e ele se mostrou em parte justamente o que eu não esperava, é Universal, talvez você consiga tirar algo daí.
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