Vindo diretamente para a atual geração de consoles, a Ubisoft prometeu uma série de inovações e reformulações em seu primeiro e grande episódio marcado por um novo patamar na franquia: o de ser genuinamente incrível. Unity é o que tanto esperávamos?
Ambientado na clássica e impactante Revolução Francesa, um dos momentos de maior agitação política e social do país – incorporamos Arno Victor Dorian, um jovem nascido em Versailles, filho de um pai Assassino.
O porquê de sua redenção deve ser descoberto pelos próprios jogadores – mas é de conhecimento geral: Arno se torna um algoz da Irmandade.
Sua personalidade parece ter sido resultado de um casamento entre Ezio Alditore (Assassin’s Creed) e Edward Kenway (Assassin’s Creed: Black Flag) crescendo muito durante a trama e encantando pelo seu carisma.
Em sua busca pela liberdade de seu povo e os desejos da Irmandade, nós o guiamos pela belíssima Paris, palco perfeito para um novo vislumbre da franquia – que embora parece ter regressado aos moldes dos primeiros títulos em lugares urbanos e populosos -, consegue com êxito entregar ao jogador paisagens de literalmente fazer qualquer um brilhar os olhos.
É impossível dizer que Unity peca em seus visuais. Tudo está lá: as ruas sujas, os comércios falidos, cidadãos em completa desordem e cheios de ódio – enquanto outros somente seguem com suas rotinas, construções bem elaboradas e ricas em detalhes tanto externamente quanto agora, pela primeira vez, internamente e tudo aquilo que vimos nos vídeos de divulgação do título.
O legal é que aqui não podemos dizer que a Ubisoft tenha praticado o temido “downgrade” gráfico (ou podemos?), pois embora um detalhe ou outro possa não parecer exatamente como nos materiais de marketing, a sensação é ímpar.
Correr, escalar, pular, rolar, brigar
Passear por Paris é também carregada de uma sensação impressionante, o personagem central do jogo agora tem novas animações no Parkour e simplificações nos comandos que funcionam bem para certas ocasiões, ou.. podem irritar em outras.
De fato, se você esperava que o game reinventasse a roda em termos de jogabilidade, é melhor esquecer. Mas nem por isso podemos dizer que isso é ruim: existe uma progressão na fórmula de movimentação e tudo parece ser mais escalável; paredes maiores, cantos que antes te faziam dar a velha escaladinha e queda agora não mais existem. Arno é como um Homem-Aranha fora de Los Angeles, e isso é bem legal.
O combate agora é engenhoso: nada de apertar um botão e degolar seu inimigo facilmente. Agora os inimigos estão mais espertos, inteligentes, ágeis e mortais — sim, isso significa que se você bobear, verá uma lâmina entre seu peito e terá de recomeçar do último checkpoint.
As armas também adquirem grande impacto nos confrontos, que ganham uma nova dinâmica e cuidado. No geral, o prato principal fica para as finalizações que existem aos montes e deleitam pelas belas coreografias de tirar o fôlego (e cortar o coração, literalmente).
Em parte da história, Unity tropeça em uma pedra de sintonias e falta de inovações. Em vários momentos é previsível o que vai acontecer em seguida, faltando mais “epicidade” nas cenas ou um desencadeamento melhor dos eventos de explodir a cabeça.
Não chega a te fazer dormir no controle, mas às vezes consegue ser bem desconfortável. Ironicamente, a identidade que sempre foi marca registrada da série ganha uma certa tonalidade mais fraca e os problemas de introduções demasiadamente longas ainda ocorre.
A customização do título é um show à parte. A nova geração trouxe bons frutos e o motor gráfico se mostrou promissor ao permitir tantas combinações, efeitos, aplicações na jogabilidade e visuais tão belíssimos. É possível modificar o vestuário de Arno, deixando-o do seu jeito, finalmente!
Multiplayer na medida certa
A Ubisoft realizou algo muito bom ao retirar o multiplayer do game. Dedicando-se somente ao modo campanha, foi possível deixar a experiência da com uma estrutura mais direta ao ponto e trazendo um robusto modo de cooperativo para até 4 pessoas – vide, tudo isso no modo história – o que torna a aventura mais integrada e divertida. Ponto positivo para Ubi!
O game apareceu no Brasil 100% dublado e legendado em português do Brasil, vemos que na dublagem, foi escolhida a dedo pois a qualidade melhorou muito em relação aos outros jogos da série.
Tá, mas.. e os problemas?
Deixamos para o final a consideração de suma importância: Assassin’s Creed: Unity é carregado de problemas que interferem na jogatina de forma direta. Queda de frames, glitchs e bugs em todas as plataformas e uma sensação de frustração que pode fazer até os mais aficionados pelas aventuras de Assassinos um tanto quanto aborrecido. Obviamente tudo isso será consertado com as próximas atualizações (várias já estão disponíveis) que visam deixar a experiência final o mais rica e polida possível.
Vale a pena?
Com uma campanha divertida, embora peque em alguns momentos além de missões secundárias aos montes, atividades e itens colecionáveis para se achar e um mundo rico e vibrante – Unity é um prato suculento para os que já conhecem a série.
Embora problemas técnicos sejam pertinentes e algumas introduções venham trazendo pontos positivos e negativos.. a nossa sensação final foi boa, e o título consegue segurar o jogador facilmente.
Foi o melhor título da franquia? Não. Mas também nem de longe foi o pior!
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