Apagando qualquer vestígio negativo deixado pelos títulos antecessores que levaram o jogador (a) aos confins do espaço com direito a tiroteios desenfreados e aventuras fracas, a SEGA escolheu a dedo um estúdio ideal para nos trazer desta vez uma experiência rica, imersiva, e altamente assustadora que de cara nos apresenta o frescor merecido pela franquia nos games.
Era difícil imaginar, antes do lançamento oficial de Isolation, que ele poderia de alguma forma reverter o crítico quadro em que tudo se encontrava.
Colonial Marines (PS2, PS3, X360, PC, N3DS) fez uma devastação no coração dos aficionados pela série, e a pergunta do momento era: Seria possível termos algum Alien nos videogames que trouxesse toda a emoção dos filmes? Que aproveitasse de todos os elementos marcantes da saga e nos jogasse num abismo de sentimentos, tais como o filme clássico de 1979? Agradeça a The Creative Assembly, pois a desenvolvedora foi sem sombra de dúvidas a que mais longe chegou em todos estes quesitos.
Se encaixando em uma linha temporal próxima ao aclamado longa de 79, na aventura acompanhamos Amanda Ripley (filha de Ellen Ripley). Sua missão é descobrir o paradeiro de sua mãe; então sim, Isolation utiliza de fragmentos canônicos da produção cinematográfica para situar o jogador da melhor forma possível sobre os acontecimentos precedentes.
Trocando armamentos pesados futuristas por uma simplória lanterna, já há indícios sólidos de que aqui você não deve se preocupar em matar. Você deve se preocupar em sobreviver! Se tratando de um survival-horror (horror de sobrevivência), a pegada é simplesmente isolar o jogador num ambiente o mais claustrofóbico e fechado possível.
Em várias ocasiões nos deparamos com situações de extremo pavor, onde a única saída é se esconder embaixo de mesas, armários, ou qualquer objeto que lhe oculte do temido monstro que vaga pelo cenário. Se a ideia já dá calafrios, adicione a isto uma trilha sonora de altíssima qualidade e você terá a fórmula para fazer qualquer um c#g@r n$s c@lç#s.
Aqui a trilha adquire uma importância inquestionável: Esbarre em uma cadeira, uma mesa, um objeto, ou apenas fique à espreita e sinta as pegadas pesadas de seu algoz que não lhe esquecerá por nada neste mundo!
Porém, ainda existem outros aspectos fundamentais para que a experiência consiga ser rica e imersiva, e um bom lugar para começar é em seu visual.
Utilizando o motor gráfico In-house engine, tudo parece muito suave e real. Paredes, objetos, e até inimigos conseguem trazer uma sensação única e aterrorizante; mas talvez o ponto mais alto de tudo isso se dê pelo excelente trabalho na parte de iluminação, que por sinal faz toda a diferença nos entregando lugares escuros e medonhos.
A campanha por sua vez é longa, e aqui encontramos o primeiro problema: o que para alguns pode ser um ponto altamente positivo, aqui se perde com trechos que se repetem muito – quebrando assim um pouco do clima e deixando tudo bem.. mais do mesmo.
Em várias ocasiões o sistema de salvamento pode irritar, já que ele não é ativado automaticamente e caso você morra antes de algum ponto para tal.. é necessário repetir todo o trecho mais uma vez. Una isso à queda de frames e você terá alguns incômodos quem podem até atrapalhar , mas não chegam a empobrecer a diversão como um todo.
Alien Isolation foi uma grata surpresa neste ano de 2014, e além do modo Aventura também temos um segundo intitulado Sobrevivência, que dá ao jogador mais um leque de variações para se divertir com amigos já que o objetivo é sobreviver ao maior tempo possível em dos cenários pré-determinados.
Além disso, temos algumas DLC’s agendadas que trarão ainda mais frescor e novos conteúdos ao título.
Vale a pena?
Se você é maluco pela franquia mas talvez esteja com um pé atrás.. é melhor repensar! Isolation entrega uma base forte com várias atividades e uma campanha envolvente. Gráficos de ponta e uma jogabilidade intuitiva e divertida, sem contar o incrível trabalho sonoro, que dispensa comentários.
“Alien Isolation” já está disponível para Playstation 3, Playstation 4, Xbox 360, Xbox One e PC
Texto: Maurício Chiotti
Revisão & Montagem: Bruno Henrique
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