O quarto filme da franquia, Missão Impossível: Protocolo Fantasma, surpreendeu por ser um filme equilibrado entre a ação, o humor e o impossível, mas parece que algo se perdeu na concepção do quinto longa, Missão Impossível: Nação Secreta, e isso é visto em suas primeiras cenas.
O que tinha de ser feito era simples, praticamente o mesmo bom elenco retornava do filme antecessor, liderados por um Tom Cruise no auge de sua coragem e forma física, fazendo todas as cenas mais mirabolantes sem o uso de um dublê, mas nem a coragem do ator conseguiu salvar o novo Missão Impossível, que entrega uma trama fria, e um vilão sem uma motivação clara.
Na trama, a IMF está operando sem supervisão como sempre, sendo liderados por Ethan Hunt (Tom Cruise), realizando as missões mais perigosas para salvar o mundo de células terroristas. Sob a pressão do governo, a agência de Hunt está sendo ameaçada de ser fechada por conta de seu descuido em todas as missões, e pela obsessão do espião com um grupo terrorista chamado Sindicato, que não tem sua existência provada.
A partir dessa trama rasa, o filme tenta caminhar, mas não é o suficiente para sequer mantê-lo em pé, já que o humor não tem o tempo certo, e você não sabe ao certo quem está tentando ser o alívio cômico, já que todos parecem quererem o prêmio por serem o mais engraçado da equipe.
Além de um humor mal colocado e personagens secundárias fracas, um dos pontos fortes de todos os outros longas da franquia eram seus vilões, que sempre estavam um passo a frente de Hunt, que fazia de tudo para conseguir detê-los, mas dessa vez, o antagonista não tem carisma, não tem um plano maior, sua motivação é o elemento mais raso de todo o roteiro.
Missão Impossível: Nação Secreta, é uma tentativa falha de continuar o que seu antecessor havia feito, que é entregar ao público um longa de ação, com pitadas de humor, trazidos à tona por personagens carismáticos e um ótimo vilão, mas o que vemos nas telas é um filme mediano, que se perde ao tentar desenvolver muito os personagens, fazendo com que pareça que todos estão em uma competição de stand up.
O que se pode fazer é lamentar que um filme que tinha tudo para ser um dos melhores blockbusters de ação não saia do mediano. Com uma direção competente, mas um roteiro confuso e desordenado Missão Impossível: Nação Secreta se perde dentro de si mesmo, não podendo nem ser salvo por um enérgico Tom Cruise, que faz acrobacias como um jovem de 20 anos praticamente parkour, para o bem ou para o mal, em breve devemos ver uma nova aventura de Ethan Hunt nas telonas, a única coisa que podemos esperar é que eles aprendam com seus erros, focando no lado forte da franquia: a ação desenfreada do início ao fim, fazendo o telespectador suspirar novamente ao fim de cada sequência em que Hunt passa um sufoco para conseguir completar sua missão, voltando às origens e fazendo jus ao título do longa.
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