O Agente da U.N.C.L.E. (The Man From U.N.C.L.E.), novo filme do cineasta Guy Ritchie (Snatch), é a tentativa quase perfeita de apresentar ao público um filme leve e cheio de modismos sobre uma época sombria e cheia de medo.
O longa escrito por Ritchie e Lionel Wigram, coloca Henry Cavill e Armie Hammer no papel de dois agentes, Napoleon Solo da CIA , e Illya Kuryakin, da KGB, respectivamente, é a partir daí que o filme tenta decolar, baseando-se em uma série dos anos sessenta, que retratava as missões dos dois agentes, que tinham de trabalhar juntos em meio as suas diferenças e em meio a tensão da Guerra Fria.
No longa, os dois são encarregados de protegerem uma mulher, vivida pela atriz Alicia Vikander, já que ela parece ser a única forma de encontrarem o cientista alemão por trás de um plano para destruir o mundo com uma ogiva nuclear.
O trabalho de Ritchie na direção é evidente já que todas as cores, exageros e canções cool que geralmente vemos em um filme do diretor estão lá. A assinatura também é muito marcante em seu roteiro, já que temos diálogos que quase nunca levam-se a sério, e cenas que nunca realmente parecem apresentar um perigo real para a personagens e é aí que Agente da U.N.C.L.E. começa a falhar.
O longa nunca se levar a sério e fazer piada de todos os seus maiores problemas, nunca passando a sensação de tensão para o telespectador pode ter sido uma escolha proposital de Ritchie, mas ele erra, ao retratar uma época tão dura quanto a Guerra Fria dessa maneira, fazendo parecer que o longa se trata de uma briga por território entre os dois agentes centrais.
Se as atuações do elenco principal não são das melhores, não culpe os atores, não há nada que eles pudessem fazer em meio a um roteiro tão raso, no qual as personagens simplesmente não possuem o mínimo carisma, preocupando-se apenas com o alinhamento de seus ternos e cabelos, o que a princípio é cômico.
O maior erro de Agente de U.N.C.L.E. não está na direção exagerada típica de Ritchie, nem em suas sequências de ação, que apesar de serem apáticas funcionam muito bem com a trilha sonora escolhida pelo diretor. O maior problema do longa reside na indecisão do mesmo, que em nenhum momento tira sarro de si mesmo, pelo contrário, tudo que está acontecendo ali é muito real para as personagens, mas foi pobremente traduzido para o público, fazendo com que a trama não seja palpável em nenhum momento.
A deixa para um sequência está lá, agora, é torcer para que Ritchie coloque seu projeto nos eixos e decida se ele quer partir para a comédia de ação canastrona ou manter-se em seu nível, com piadas inteligentes e diálogos rápidos.
‘O Agente da U.N.C.L.E.’ está em exibição nos melhores cinemas do país
COMENTÁRIOS