Mas… o novo episódio era a revolução que esperávamos?
Após uma nada boa apresentação da Ubisoft com Unity, ao que parece temos em mãos a redenção da franquia que agora explora uma configuração de ambientação mais moderna em plena Revolução Industrial – exatamente em 1868, colocando o jogador no controle de Evie e Jacob Frye, irmãos que buscam expurgar de vez os males dos Templários em plena Londres repleta de gangues e muitas brutalidade.
Apresentação
Com belos gráficos e um comprometimento entre a qualidade e performance, é notável que desta vez a desenvolvedora optou não só por trazer o que muitos apelidam de “true next gen” mas também um desempenho de qualidade, algo que foi amplamente criticado mais uma vez por Unity.
Syndicate traz um mapa 30% maior que o antecessor, e, em uma época muito singular – máquinas à vapor e muita poluição, toda atmosfera consegue transmitir uma Londres sublime. Devemos mencionar também que o mapa é dividido em grandes áreas como White Chappel, The Strand, Southwark, Westminster, City of London e Lambeth.
Repleto de cidadãos perambulando pelas ruas e bares, é interessante notar pequenos detalhes como a interação da população com a chuva – fazendo com que os mesmos encontrem lugares protegidos, ou até mesmo quando situações acontecem tumultuando ruas; a sensação é imersiva – mesmo com seus problemas.
Durante nossa aventura, temos o controle total de Evie e Jacob – marcando mais uma vez uma personagem principal feminina (algo que também aconteceu em AC: Liberation). Em parte do gameplay, somos apresentados a dois estilos: o mais brutal e menos sútil (Jacob) e o mais furtivo (Evie). O legal aqui é que podemos realizar a troca entre os dois em qualquer momento da jogatina, um conceito muito similar ao que aconteceu em Grand Theft Auto V e que funcionou muito bem.
O combate está ainda mais brutal que nunca, e com um bom leque de arsenais além da nova mecânica de combate deixando-o mais ágil e fluído, os momentos de ação são extremamente satisfatórios e com excelentes animações. Seja utilizando uma soqueira, ou alguma lâmina o leque de movimentos traz um refresco à série que sempre trouxe combates bastantes protocolados e padronizados. Não é uma revolução, mas é certamente um bom avanço.
Além disso, outro detalhe que merece ser destacado é a nova ferramenta de navegação por telhados – estamos falando do Grappling Hook, que incorpora algo muito bem vindo em um título Assassin’s Creed que agora também traz construções maiores e mais altas, justificando a implementação.
Veja o Grappling Hook em ação (2:25):
E já que estamos falando de navegação, a segunda adição do estúdio ficou por conta de veículos de transporte, as Charretes. Atropelamentos, confrontos entre elas e uma adição considerável de velocidade também engrandece o título como um todo e tira a chatísse de se locomover de ponto A ao B à pe.
A Ubisoft acertou em focar o time de desenvolvimento apenas no modo campanha, e como notamos nos games anteriores, o modo multiplayer nunca foi o forte da série – mas sim o enredo e a trama. Desta vez, temos um título totalmente focado na aventura adicionando a isso uma dupla de protagonistas muito cativantes e carismáticos.
Em relação à trama, não vamos citar muitos pontos importantes dela, pois o intuito da análise é explicar as nossas opiniões e se realmente vale a pena dedicar uma média de 20 horas nele para divertimento, mas o padrão da história continua com o eterno embate entre Assassinos e Templários.
É claro, sempre adicionando personagens históricos à trama, algo que aqui é feito com grandiosidade – e em vários momentos nos deparamos com figuras como Charles Darwin, Karl Marx, Charles Dickens e também como parte do season pass, podemos enfrentar Jack Estripador.
O sistema de melhorias também foi melhorado (ops), e desta vez embora não tenhamos um leque de armas como em Unity – as opções atuais se integram em um sistema de customização profundo e funcional. Nada de opções ineficazes, o foco agora é em distribuir o maior numero de destruição da maneira mais divertida possível!
Realizar missões em Syndicate também é diferente dos demais, e com um leque de 3 escolhas de missões para o jogador ao mesmo tempo, você acaba não perdendo tempo com coisas desnecessárias – mantendo o foco no que é mais importante e remetendo sempre à fragmentos que acabam fazendo parte da história principal. É tudo mais natural. Falhou em uma delas? É só achar outro caminho e depois voltar lá para finalizá-la sem ficar preso a algo que pode eventualmente te saturar.
Destaque para o modo de sequestro, que embora pareça estranho acaba se mostrando extremamente interessante e divertido de se realizar – além de dar boas recompensas e pontos de melhorias para os nossos personagens.
Mas o grande trunfo deste título é certamente a possibilidade de conquistas território em Londres. Quanto mais você conquista e recruta pessoas para sua gangue, ao final, mais consegue realizar uma briga geral entre a sua e a gangue rival, algo bem divertido para tomar um território por completo.
Vale a pena?
Definitivamente a resposta é um grande sim! Sendo fã ou não da franquia, Syndicate trouxe novos ares a algo que para alguns estava saturado. Desde a distribuição de missões às opções de armas e navegação, tudo se comunica muito bem – aliado a uma excelente história, o título consegue empolgar com poucos bugs e bons ápices na jogabilidade. Então… saia logo daqui e vá direto para a sua Revolução Industrial!
COMENTÁRIOS