O mesmo Rico, um novo ditador, um novo lugar. Explosões, destruição, diversão. Qual é a desse novo Just Cause?
Mais uma vez desenvolvido pela grande Avalanche Studios, responsável por títulos como a adaptação de Mad Max, além de nomes como Rumble City, Renegade Ops, The Hunter: Primal, e enfim Just Cause, Just Cause 2 e Just Cause 3, agora publicado pela Square Enix, finalmente os fãs tiveram a oportunidade de se adentrar num universo da série totalmente feito para a nova geração de consoles – proporcionando assim certos recursos que não estariam disponíveis no Playstation 3 ou Xbox 360. Mas… isso foi bem aproveitado? Vamos por partes.
A história do novo título não é absolutamente nada complicada ou profunda, aqui temos o velho destronador de ditadores mais uma vez – agora em busca de sua terra natal. Rico está visivelmente mais velho, e cansado, mas nem por isso menos experiente — ao chegar enfim em Medici, um arquipélago no Mar Mediterrâneo, ele descobre que o local tão amado está totalmente dominado pelo brutal General Di Ravello, que perpetuou um regime opressivo no lugar.
E embora o pano de fundo não seja nenhum pouco inovador ou tão diferente dos demais, todo contexto serve mais como uma razão para que Rico se prepare para fazer o que sabe de melhor!
Apresentação
Just Cause 3 aposta em visuais mais refinados e belos, os efeitos de explosão estão mais trabalhados, colisões proporcionam um espetáculo visual e tudo aquilo que te fez jogar o segundo game volta em dosse tripla, portanto sim: você poderá fazer todas as maluquices das maneiras mais mirabolantes possíveis aqui, e o estúdio Avalanche desta vez ajudou ainda mais os jogadores a completarem esse objetivo: conheça a Wingsuit:
Permitindo que agora Rico possa planar por todo o mundo da maneira mais dinâmica possível, a ideia por trás do novo equipamento é nunca te deixar cair – e melhor, o mundo todo foi feito com base nos novos artifícios de navegação produzidos pelo estúdio, nos dando uma noção que todo o mapa é mais horizontalizado do que os antecessores. E o resultado do novo gadget não poderia proporcionar melhores momentos:
Portanto a verdade é que, se unirmos a Wingsuit ao clássico gancho e paraquedas do personagem – temos a receita para possibilidades quase infinitas – que mais uma vez deixam na mão do jogador criar a sua própria maneira de realizar uma missão; é claro, precisamos mencionar que nem sempre essa liberdade é de fato concedida ao jogador, mas existem bons momentos que enfatizam a ação desenfreada, marca registrada da franquia.
Não feito para ser levado a sério, ao passar das missões fica ainda mais claro que o principal objetivo das missões não é te imergir numa história sentimental ou dramática profunda. De forma alguma! Elas são somente pretextos para te colocar em situações onde a melhor saída é definitivamente plantar o caos da maneira mais criativa possível.
E embora tenhamos de fato personagens interessantes, eles não são lá… tão bem aprofundados, não nos trazendo um sentimento empático com a grande maioria – e se o conceito de seriedade não é tão bem aceito na grande maioria dos jogos que compõem a série, podemos dizer que existe sim num determinado momento onde as coisas mudam (não iremos dar mais detalhes sobre isso) e, infelizmente, por não termos tanta empatia com os mesmos, fica difícil se importar com os tais eventos.
“Em qual parte da história eu parei mesmo?”
Se por um lado os mapas horizontalizados de Just Cause nos trazem um certo frescor nos exibindo paisagens incríveis e de tirar o fôlego, quando o êxtase acaba e se torna mais uma parte do que já estamos acostumados, abrir locais novos através de missões secundárias se torna uma tarefa extremamente cansativa e repetitiva. E é exatamente aí que o jogo consegue quebrar seu próprio fluxo.
E isso acontece porque, para abrir um cenário novo, o jogador necessita abrir tais cenários novos – através de muita destruição a bases e tudo aquilo que já estamos acostumados -, mas o problema está justamente no fato de que, o jogo te obriga a fazer isso para prosseguir com a história principal.
Portanto: você está realizando uma mega tarefa principal, se interessa pela história e está instigado, mas, para fazer a próxima main quest, é necessário destruir os pontos estratégicos assim abrindo uma nova parte do mapa, algo que pode levar bastante tempo e até mesmo te fazer esquecer qual era mesmo seu objetivo passado, assim ignorando a história e partindo somente para o caos. Portanto, existe um leve sentimento de auto-sabotagem à história com essa quebra de ritmo.
Jogabilidade
Com comandos intuitivos e de fáceis acesso, você provavelmente não terá nenhum problema explorando o mundo e realizando tarefas que te façam voar por aí, explodir aviões, tanques, helicópteros e coisas que você possa imaginar vindo da franquia.
Tudo é muito gostoso de se fazer, o sistema de mira é de fato aceitável, e tudo funciona ainda melhor do que nos jogos antepassados. Ainda falando sobre a movimentação, você pode correr, pular, e fazer tudo aquilo que já conhecemos, e até aqui gostamos muito do que vimos.
Idem para os veículos, que adotam uma física interessante e que se conecta muito bem com o restante, nos direcionando mais a sair correndo por aí como loucos atirando, do que simplesmente tentando se comportar num transito de maneira segura.
Entretanto, precisamos mencionar que: você provavelmente não vai querer pilotar absolutamente nada por aqui. Sério. Planar em sua wingsuit é tão bom que as vezes sentimos que ela é nosso maior “veículo” aliado ao que ela pode proporcionar lado-a-lado com o gancho.
Vale a pena?
Se você pretende comprar Just Cause 3 para se focar na história, e tentar levá-lo a sério… não faça isso. Rico não está aqui para te emocionar, ou para que você possa ser uma pessoa melhor aprendendo fundamentos da vida ao lado do querido mercenário. Just Cause 3 é despretensioso, focado na ação e na diversão – palavra que inclusive se torna chave aqui. Agora, se você realmente é adepto à loucura desenfreada, sem se importar com um bom roteiro que te faça ficar maravilhado, esse é o seu jogo.
Escrito por: Bruno Henrique / Mauricio Chiotti
Adaptado por: Bruno Henrique
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