Análise – ‘The Division’ é belo, problemático, e ao mesmo tempo divertido

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Categoria: Artigos, Games, Review

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Após ter sido lançado em março deste ano, The Division foi um dos maiores sucessos da Ubisoft – vendendo em seu primeiro dia mais do que qualquer outro título em 30 anos de história da empresa. Mas o que isso realmente quer dizer? Como o game está hoje? Ainda vale a pena comprá-lo? Confira conosco!

POST_SAIBAMAIS

THE DIVISION E3

Anunciado na E3 de 2013, a mais nova promessa na ocasião era inserir um conceito novo com cara de batido: imagine um shooter em 3ª pessoa de mundo aberto e totalmente interligado a um modo online. Isso te agradaria? Certamente a resposta de milhões foi um grande sim, e após a maior conferência de jogos se encerrar, o estúdio continuou seu trabalho apostando em uma tendência do “sempre conectado”.

Após 3 anos muita coisa aconteceu: um beta foi anunciado, as primeiras impressões foram reveladas e a comunidade se dividiu questionando ferrenhamente três alicerces: visual, jogabilidade e conteúdo.

The Division conseguiria trazer um ecossistema tão interligado que supriria problemas em seu conteúdo? Estamos lidando com um MMO? O que a desenvolvedora realmente levou em conta ao produzir um game que sempre precisasse de jogadores para viver em seu ápice? E foi nessa onda de dúvidas que o título viu a luz do sol – recheado de questionamentos.

Mas, dois meses após seu lançamento… o que mudou?

E para entendermos melhor suas adições e alterações, devemos primeiro conhecer o título!

Apresentação

Você está em uma Nova Iorque pós-apocalíptica e faz parte de um grupo especial chamada “The Division”, chamado apenas em casos extremos. Quando a primeira onda da Division não conseguiu colocar instaurar a ordem, entra em ação o grupo em que você, jogador, está para tentar agir. E essa tarefa não será nada fácil.

De cara é preciso dizer que o visual do game impressiona, e isso mesmo após reduções visíveis nos visuais propostos em 2013; testamos a versão de Playstation 4 e mesmo sendo a versão de console, tudo está muito bem polido. Com elementos de RPG, não espere um shooter onde apenas tiros na cabeça resultam em morte instantânea ou coisas do tipo, o objetivo do game é saber balancear seus equipamentos e descobrir os motivos de um vírus que foi liberado durante uma Black Friday nos EUA.

“Mas… os gráficos não estão como me foram apresentados na E3!”

Isso é verdade. Não dá para questionar o fato de termos uma redução brusca do que nos foi mostrado, mas a redução não é absurda ao ponto de termos em mãos um produto tão inferior que chegue à mediocridade.

Desenvolvido no motor gráfico Snowdrop, visualmente o game ainda é competente e, como comentamos acima – mesmo nos consoles ele funciona bem sem quedas bruscas de frames ou travamentos ao longo da jogatina (atualmente). Entretanto, o mesmo não pode ser dito das telas de carregamento demasiadamente longas (principalmente nos PCs), problemas no servidor que podem ocasionar os tão odiados lags e renderizações longas – algo que pode incomodar bastante.

Em todo caso, você não irá se decepcionar de forma alguma com a bela arquitetura da cidade aliada a destruições e um ambiente repleto de elementos gráficos interessantes.

Customização

division personagem

A customização no título é repleta de considerações boas e ruins: a criação do personagem carece de mais detalhes, e em muitos casos você verá vários jogadores com exatamente a mesma face que você. A parte boa, é que o mesmo game traz um leque de armas, roupas e acessórios muito grande – principalmente quando falamos em modelos diferentes de armas.

E essa variedade é entregue ao jogador ao longo da aventura, onde vamos desbloqueando e descobrindo novos equipamentos que podem ajudar tanto na jogatina PvE quanto no PvP. Vários deles trazem visuais diversificados e, assim, cada um pode assimilar um estilo próprio de vestimenta e de armamentos – contando também com várias camuflagens.

Jogabilidade

the division 2

Se tratando da tradicional esquemática de jogabilidade em 3ª pessoa com direito à câmera variando entre as costas de seu personagem e um posicionamento ao lado de seu ombro em momento de mira, tudo funciona muito bem e é fácil notar seus inimigos no cenário – logo já partindo para uma estratégia para combatê-los. Embora leve um tempinho para que você se acostume com tudo (inclusive a interface), logo você estará entendendo todos os atalhos e recursos oferecidos.

Aqui você pode correr, esgueirar-se por aí num sistema de cobertura funcional, pular alguns obstáculos e dar algumas coronhadas – algo que não adiciona muita coisa a um combate corpo-a-corpo – praticamente inexistente aqui. Embora tudo funcione bem na maioria dos casos, em alguns momentos podemos notar um certo engessamento por parte do motor gráfico, que não permite uma liberdade muito grande em saltar por certos obstáculos criando situações chatas onde nós não necessariamente executamos a estratégia que está em mente com extrema perfeição.

Lembrando mais uma vez: não estamos tratando aqui de um shooter tradicional propriamente dito, e sim um RPG com elementos tradicionais do gênero – mais uma vez nos colocando em situações onde tiros na cabeça nem sempre resultam em uma morte instantânea. Aqui o que mais vale é seu equipamento, e não somente suas habilidades como jogador. Equipamentos que inclusive podem ser trocados com outros players após a atualização 1.01 além de termos um formador de equipes dando ao jogador recursos para engrenar a jornada.

Missões

Explorar Nova Iorque é uma tarefa muito divertida na primeiras horas: você não está acostumado com aquele universo, portanto tudo parece muito novo. Infelizmente, após algumas horas notamos que The Division tem sérios problemas de repetição.

Explicamos: Após algumas horas destruindo hordas e mais hordas de inimigos, notamos que o jogo nos apresenta uma formula muito tradicional de se realizar ordens – resumindo na maioria das vezes em lhe mandar explorar, destruir ondas de “vilões” até que o chefe seja apresentado. Ou quem sabe resgatar reféns? Não que o jogo inteiro só rode nestes tipos de objetivos, mas a frequência é imperdoável, caindo na maioria das vezes – caso você esteja jogando sozinho – no tédio.

Se ao longo de 30 níveis (modo PVE) dificilmente você irá se surpreender com alguma operação de tirar o fôlego, uma pena já que a empresa é famosa por entregar uma cadeia de missões quase sempre interessante e repleta de variações – Seja narrativamente ou mecanicamente.

Em todo caso, o jogo entrega um sistema básico missões ao modo campanha e as opcionais. E acredite, temos várias delas.

Dark Zone

THE DIVISION 3

Dark Zone é indiscutivelmente uma das partes mais divertidas, e eventualmente desafiadoras do jogo. Totalmente diferente do que você ficou acostumado do modo single-player, na Zona Negra você vai ter nível, dinheiro, armas e um gameplay totalmente diferente das zonas normais da cidade – portanto não pense em tentar se aventurar sem estarem familiarizados com o game.

Basicamente ela é uma uma zona totalmente sem leis onde até mesmo seus companheiros podem eventualmente te trair por um item importante. Lá estão os itens mais valiosos e poderosos do título, mas não pense que será fácil consegui-los: primeiramente é necessário achar a carga, lutar por ela, descontaminá-la em um ponto especifico e, enfim extraí-la. A extração nada mais é que um sinal que envia um helicóptero até sua localização. O problema é que até tudo isso acontecer uma enxurrada de jogadores e até NPCs podem lhe abater da forma mais brutal possível.

Portanto resumidamente, a zona negra lhe proporcionará reais momentos de tensão com inimigos fortíssimos que podem te abater com pouquíssimos tiros, ao lado de jogadores sedentos por sangue. Que tal

Atualização 1.01

Após a atualização 1.1 finalmente tivemos o primeiro modo dedicado aos grupos – que desta vez se chamam Incursões: com elas os jogadores irão adentrar uma missão extremamente difícil e com objetivos pré-definidos.

Temos até o momento até o momento a Incursão Falcon Lost, onde os players se aliam à JTF em uma grande batalha contra o Last Man Battalion e suas armas mortais.

Além disso, foi adicionado juntamente uma nova característica à Dark Zone, onde agora temos um sistema de suplementos que serão enviados periodicamente em um local do mapa. Totalmente descontaminados, consegue os itens quem chegar primeiro ao local – ou sobreviver até lá.

Vale a pena?

A mais nova produção online da Ubisoft é absurdamente indicada para se jogar em grupo, portanto tenha em mente que tudo aqui é projetado para o team-play. The Division consegue emplacar uma nova maneira de se aventurar por terrenos conectados, propondo uma ideia que, embora não seja inovadora – é diferente. E isso conta pontos! Com vários bugs consertados, balanceamentos e atualizações que trazem mais recursos para a jogatina o título cada vez mais pode ser recomendado a várias fatias de jogadores que buscam uma experiência próxima a um MMORPG com uma temática e jogabilidade mais orientada a ação.

Tem problemas? Evidentemente muitos deles! E as missões são somente parte da lista de itens que esperamos que seja aprimorada num futuro próximo, mas de toda forma o produto é consistente e pode sim lhe proporcionar momentos de diversão.

Portanto, se esse ecossistema é um chamativo para você vá em frente! Mas se você busca por uma obra de arte e uma completa inovação, é melhor passar a bola e deixar pra lá.

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