Com 3GB de memória RAM, câmera de 16MP traseira e 8MP frontal, processador deca-core 64bit e um Android com poucas modificações, o que poderia dar errado?

Desenvolvido pela tecnicamente recente empresa de tecnologia subsidiária à Positivo, temos em mãos um aparelho que promete superar o que o antecessor Quantum GO entregou de forma mais do que satisfatória.

Mais leve (140 gramas), com melhores configurações e toda uma campanha de marketing enaltecendo suas características, em especifico sua câmera, é uma árdua tarefa não acumular expectativas – que, resumidamente para os que querem uma resposta rápida, são correspondidas.

Ficha Técnica

Mas existe um outro lado dessa história, e você deve conhecê-la: portanto, vamos ao que importa.

O aparelho

Com linhas arrojadas e compostas por um material resistente, a tampa traseira é de alumínio e todo design do modelo frequentemente passa a impressão visual de que estamos diante de um modelo premium. Para os que utilizaram o Quantum GO, o novo smartphone finalmente adiciona o local do micro USB na parte inferior ao lado do microfone.

E já que estamos contemplando sobre a parte inferior, onde também está localizada a saída de áudio – um comentário precisa ser feito: se no GO um de seus aspectos martelados foi o desempenho das saídas sonoras, no Fly as melhorias não são realmente significativas – mais do que isso: o som que vem de uma saída mono, embora cumpra as promessas generosas da empresa acaba por entregar algo de qualidade razoável demais, saindo um pouco da proposta do modelo intermediário.

(saída hibrida dual-SIM/Micro SD do novo Quantum Fly)

Concluindo os pontos de contato do aparelho: no canto direito temos os tradicionais botões de liga/desliga e volume, enquanto no esquerdo encontramos um peculiar slot hibrido onde o usuário pode optar por uma entrada exclusivamente Dual SIM, ou um SIM e um micro USB.

No topo, temos uma entrada P2 para fone de ouvido, enquanto em sua traseira temos um microfone para cancelamento de ruído, câmera com dual flash e um sensor de impressão digital – talvez um dos detalhes mais interessantes do novo modelo uma vez que, com ele é possível desbloquear o celular de forma fácil e intuitiva somente pressionando seu dedo cadastrado.

Finalizando, na parte frontal temos a tela de 5,2” com Gorilla Glass 3, design 2.5D e câmera frontal com 8MP com flash.

A tela do novo Quantum Fly acompanha tecnologia IPS e resolução 1080p; a qualidade é interessante e a tecnologia Miravision permite uma regulagem mais flexível de tela (entenda). Aqui o que realmente peca é o fato do display refletir em alguns momentos em ambientes com muita luminosidade – além do visor acabar se sujando com muita facilidade, tornando rotineira a missão de dar aquela esfregada na tela com a manga da camisa.

Processador supremo?

Durante toda campanha de marketing um dos pontos mais importantes falados foi a respeito de seu processamento de informações: estamos diante do primeiro smartphone a utilizar o tão aguardado Mediatek Helio X20 Deca core (10 núcleos de 2,1Ghz), isso por sí só é impressionante, agora, combinado a 3 GB de memória RAM? Parece tentador, até demais.

Com um processador mais potente, a resposta mais lógica é que temos em mãos um smartphone preparado para aplicativos pesados, multi-tarefas mais complexas e, tudo isso rodando ao mesmo tempo sem sofrermos o impacto dos terríveis gargalhos de processamento. A informação procede? Aqui, com algumas ressalvas. Alguns títulos mobile como Horizon Chase, Modern Combat 5 ou até mesmo o famoso Pokémon GO são executados com facilidade sem nenhum tipo de travamento ou lentidão, já Asphalt 8, game que costuma forçar aparelhos com muitos efeitos e partículas na tela.. simplesmente nem chegou a iniciar.

E isso nos leva a um problema ainda maior – a incompatibilidade. É visível o potencial do novo MediaTek, que por sinal é o maior trunfo do aparelho, mas… isso não muda o fato de que ele ainda não está totalmente configurado e otimizado para todas as situações e apps. O lado bom: conhecendo a Quantum, sabemos que a empresa se importa com a resposta do consumidor e deve lançar alguma atualização para corrigir tais problemas em breve.

Apesar do pesares, o smartphone ainda consegue ser um intermediário com grandes pontos para os que buscam boas configurações. 32Gb de memória interna pode garantir uma pasta de músicas bem cheia ao lado de muitos apps ao seu dispor.

Bateria, Câmera, Android

Uma boa bateria é sempre um dos pontos mais almejados pelas grandes empresas do segmento. No recém anunciado Iphone 7, a Apple colocará em seu novo aparelho 2.900 mAh. Um avanço de 150 mAh comparado ao iPhone 6s Plus. E é rivalizando com o Samsung Galaxy S7 que o Quantum Fly consegue se encontrar: são 3.000 mAh que de acordo com o fabricante, promete que o usuário utilize por “muitas horas sem ter que se preocupar com carregadores, baterias externas ou a localização da tomada mais próxima.” sem revelar ao certo sua autonomia média, como a Motorola por exemplo, faz.

Na prática, seus 3.000 mAh fazem bonito uma vez que o Helio X20 é organizado em três grupos otimizados para baixo consumo (4 núcleos), uso geral (4 núcleos), e performance extrema (2 núcleos), num arranjo batizado de Tri-Cluster. Há, inclusive, um co-processador para realizar tarefas simples como reproduzir MP3 ou monitoramento de sensores.

Em nossos testes, o modelo se portou muito bem ultrapassando facilmente seu antecessor (Quantum Go) e conseguindo manter o celular funcionando o dia inteiro com uso moderado. Em termos de carregamento, o celular não acompanha a tendencia “Carregamento Rápido” que permite cargas mais altas – mas seu resultado não pode ser considerado ruim: o Quantum Fly consegue uma recarga de bateria garantindo de 20% até 100% em cerca de 1 hora e 40 minutos.

[informação em processo de atualização]

Por fim, com embarcado com o sistema operacional Android em sua versão Marshmallow 6.0, é importantíssimo citar a belo trabalho da empresa em deixá-lo o mais puro possível, como o Android deve ser. Temos pré-instalados somente aplicativos como o Dash Cam, e outros utilitários como back-up, email e musica. Nada intrusivo, e muito bem implementado. A Quantum também já confirmou estar trabalhando na versão 7.0 Nougat que provavelmente em breve já deve dar as caras no celular.

Vale a pena?

Com problemas pontuais e que podem ser resolvidos através de correções no software, a Quantum mostra com o Quantum Fly que está amadurecendo e fazendo bons progressos no mercado nacional. O smartphone consegue bons pontos positivos que, em alguns casos são frequentemente são ofuscados por pequenos tropeços, mas, nenhum deles o compromete como um todo. Boas configurações, um bom Android, e uma autonomia razoável o colocam na disputa com grandes do segmento – mas ainda não o faz necessariamente ultrapassá-los na prática.

(A redação adverte que a análise acima está em constante processo de atualização, portanto muitas das informações poderão ser corrigidas e o InterNerdz se compromete a trazer a todos a situação atual do aparelho.)

O Quantum Fly chega ao mercado no dia 5 de outubro por R$ 1.299,00 à vista no boleto ou R$ 1.499,00 a prazo