Adam Jensen, conspirações, tramas envolvendo conflitos sociais análogos ao mundo real, corpos aumentados e gráficos de ponta. Como Mankind Divided deixou sua marca se tornando um título indispensável para os fãs de ficção científica? Você pediu por isso?
Apresentação
Passando-se 2 anos após os incidentes de Human Revolution e com uma trama envolvente permitindo sempre que ações dos jogadores influenciem diretamente nos acontecimentos – Manking Divided se apresenta como um título que aprendeu com os erros do passado. E melhor: há uma clara evolução natural onde a narrativa principal é somente um instrumento para direcionar os primeiros passos do jogador, colidindo em um universo repleto de vida e detalhes.
Em primeira instancia os visuais receberam um tratamento que o coloca em um patamar repleto de pontos a seu favor: efeitos de iluminação, texturas, expressões faciais, cidades bem construídas e todo tom concebido para histórias que estão prestes a decolar em um rumo distópico com cenários que fazem jus à visão futurista com grandes telões, jaquetas cheias de funcionalidades e, sem o filtro “dourado” visto no título antecessor.
- O vídeo abaixo pode conter spoilers sobre o título anterior
Para os marinheiros de primeira viagem não há o que temer: Manking Divided incorpora logo em seu início uma breve retrospectiva que apresenta os eventos passados de forma competente preparando o jogador narrativamente sobre os principais pontos que culminaram nos eventos em que estamos.
Todavia, mesmo que tais cenas expliquem um pouco o parâmetro geral – um novo mundo é introduzido, e com ele novos setores (Praga, Rabi’ah, Complexo de Utulek, Dubai, G.A.R.M.) ricos não só em detalhes visuais como também em pequenas histórias resultando em missões secundárias, ou em arquivos que nos contam mais sobre nuances da fundação daquele lugar. Destalhes que podem passar despercebidos por alguns.
Jogabilidade mais ágil
Grande parte dos problemas que poderiam ser herdados de Human Revolution foram corrigidos – e isso se traduz em uma jogabilidade menos truncada, que dá ao jogador a possibilidade mais uma vez de investir em ações mais bruscas e letais, ou mais furtivas e não-letais. Se no antecessor executar certas ações como atirar era algo um tanto quanto travado, tal sensação não mais é sentida – ponto positivo.
Outro aspecto interessante aqui é que em Manking Divided começando nossa aventura com todos os upgrades já feitos no título passado, detalhe que dá um sentido de continuidade mais crível – porém as coisas não param por aí: aqui temos um leque enorme de augumentations que contemplam olhos, toro, braços, cranio, costas e pele que são implementados com a utilização do item Praxis. Tudo é explorado criando uma liberdade ainda maior para que cada jogador realize mudanças que achar necessário que se adeque à sua maneira de jogar.
I never asked for this
Localizações são sempre bem vindas, principalmente quanto estamos falando do português brasileiro. The Last of Us, The Witcher III, Batman: Arkham Knight comprovaram que é possível com um bom elenco de vozes captar a essência do título o que inclui a grande variedade de emoções transmitidas pelas cenas.
Infelizmente, o título tropeça, trazendo uma dublagem que não consegue ultrapassar o regular, incorporando falas sem tanta emoção e que em alguns momentos traz problemas de sincronia que podem tirar todo fervor da cena. Felizmente, ainda há opção para habilitar legendas em português ao lado de falas originais.
Vale a pena?
Com diversos problemas de frames resolvidos através de atualizações além de outros erros menores, a Eidos mostrou-se competente atualizando todos os aspectos que fazem desta franquia um marco para o gênero.
Incorporando um modo single player competente que consegue trazer inúmeros pontos de vistas sobre assuntos pautados na trama tal como um leque grande de opções que resultam em impactos reais, o título teve total êxito em produzir uma ambientação que consegue imergir o jogador e personagens críveis o bastante para que haja uma preocupação em cada decisão tomada.
Com um modo multiplayer ao maior estilo mini game, novos conteúdos (tal como o já lançado System Rift) já confirmados e mais de 30 horas de conteúdo, Manking Divided é compra certa para todos os apaixonados por RPG futuristas, ações empolgantes, diálogos inteligentes e quebra-cabeças divertidos de se realizar.
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