Obra imperdível para fãs do herói, e um marco para os games – Batman: Arkham é certamente uma das franquias mais memoráveis da anterior geração. Porém, podemos dizer que o mesmo impacto é sentido quando adicionamos novos efeitos e repaginações gráficas?
Paixão é a palavra chave para a obra prima criada pela Rocksteady em 2009, esforço mútuo que recebeu a colaboração de desenvolvedores aficionados pelas histórias em quadrinhos do homem-morcego, além de uma figura simplesmente inestimável tanto para as histórias da arte sequencial como no universo das animações: estamos falando de Paul Dini, roteirista que trabalhou em Batman: A Série Animada, detalhe que por si só valida e comprova uma experiência com o morcegão e suas obscuras histórias.
Paul esteve envolvido com o primeiro título, Arkham Asylum, tal como Arkham City, ambas obras que ultrapassam expectativas e culminaram para a instauração da franquia mais notória quando o assunto é adaptar ícones dos quadrinhos para o ambiente dos videogames.
Com seu level-design no melhor estilo metroidvania com lugares fechados e claustrofóbicos, o Asilo Arkham nunca foi tão bem representado, com alas repletas de psicóticos, insanos e doentes mentais (criminosos) – marca registrada de um dos lugares mais tenebrosos de Gotham City (primeira em Batman #258), em Arkham Asylum tivemos o primeiro vislumbre do que seria tendencia no mercado em termos de combate rítmico aliada a uma jogabilidade fluida e consistente.
Preso em um asilo repleto de vilões vindos diretamente de sua galeria particular, a viagem rumo à loucura é regada a detalhes que permeiam por todas as instalações e paredes, sempre com histórias para contar ou segredos para descobrir – engana-se quem acredita que Arkham Asylum foi um sucesso apenas pela sua jogabilidade.
Já em 2011, fomos introduzidos a uma expansão em maior escala de toda ambientação que agora se não se desprende das ambientações fechadas, mas dá ao jogador uma cidade prisão – projeto orquestrado por Hugo Strange, um psicólogo bizarro cujas intenções só são reveladas posteriormente.
Com um toque de refino na jogabilidade, mais gadgets, movimentos e finalmente um vislumbre da liberdade que todo jogador gostaria de ter após passar pela experiência trancafiada do bizarro asilo, temos aqui uma expansão na galeria de vilões – um plot que é ainda mais impressionante que o título antecessor e uma coesão maior com todo bat-universo que tanto amamos e que deixou seu legado marcado para sempre.
Return to Arkham
5 anos após o lançamento de Arkham City, a Warner Bros. Games anunciou um pacote especial contendo ambos os sucessos produzidos pelo estúdio londrino Rocksteady com direito a todo conteúdo adicional (DLC) para Asylum e City, lançados na versão GOTY (game of the year) de ambos.
No encargo do estúdio Virtuous, Return to Arkham promete uma experiência repleta de adereços visuais inéditos – incluindo shaders, iluminação, novas texturas, modelos de personagens e uma maior calibragem de cores (tons mais saturados).
A principio, tais adições proporcionam uma apresentação visual estonteante – retratada em cada detalhe seja de iluminação, seja da inclusão de uma chuva mais realista – tais elementos nos trazem a resultados como as que podem ser vistas abaixo:
Tecnicamente Return to Arkham não consegue uma estabilidade em frames primorosa, entretanto a não ser que você se preocupe com os 60 frames por segundo de maneira cravada, dificilmente haverá grandes frustrações aqui uma vez que as oscilações não são tão grandes – proporcionando uma média de sempre 50 – 60 frames em raras ocasiões descendo para a casa dos 30.
Nem tão perfeito assim
Até aqui, chegamos a algumas conclusões: Return to Arkham é belo, cheio de efeitos de iluminação novos ao lado de vários apetrechos que de fato deixaram a versão com uma cara mais palatável e próxima do que já é realidade em títulos lançados para a atual geração de consoles.
Dito isso, algumas ressalvas devem ser feitas – em especial no que diz respeito às decisões do estúdio quanto aos novos rostos que estampariam a versão remasterizada. Sim, não é preciso muito para notar que há uma notável diferença:
O problema mora justamente em escolhas que em certos momentos nos fazem duvidar se o novo modelo de rosto é realmente superior à versão original – aspecto curioso, uma vez que a face dos personagens não deveria em tese sair do que o estúdio original (Rocksteady) idealizou.
Versão nacional
No Brasil, o pacote acompanha o blu-ray da animação (que inclusive faz parte do mesmo universo) Attack on Arkham que incorpora à trama personagens do grupo de vilões e anti-heróis Esquadrão Suicida – mercenários que no comando de Amanda Waller devem realizar missões impossíveis (e suicidas).
Assista ao trailer:
Vale a pena?
Dadas as pequenas ressalvas, Return to Arkham pode ser considerado o melhor caminho até o último título que encerra a trilogia (Arkham Knight) apresentando visuais impressionantes e que de forma alguma em termos de ambientação deixa a desejar. Com toda uma fórmula já representada de forma magistral nos games, a remasterização vem para dar aos fãs todo conteúdo já lançado para os dois títulos com uma execução que trás mais prós do que contras.
Nota: 8.0
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