Análise – ‘Call of Duty: Infinite Warfare’ incorpora boa história regada a poucas inovações

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Categoria: Artigos, Games, PC, PS4, Review, XBOX ONE

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Elevando ao espaço embates ágeis e frenéticos, Infinite Warfare traz uma história totalmente sci-fi introduzindo novas mecânicas e tentando conquistar aquele jogador que já se saturou da fórmula original – além é claro, de incluir alguns adicionais no pacote.

POST_SAIBAMAIS

Desenvolvido pela Infinity Ward, estúdio que trouxe à vida Modern Warfare, renomado título que ganhou duas sequências – todas aclamadas pela crítica, além do primeiro game numerado da franquia adotando o clima de Segunda Guerra Mundial (Call of Duty)  e concluindo com Ghosts, temos aqui uma desenvolvedora que entende de todos os parâmetros da fórmula que consagrou a franquia como um todo.

E após mais de 50 horas correndo por paredes, destruindo naves de combate e esfaqueando soldados pelas costas – além de morrer infinitamente em partidas online, temos que conversar sobre Infinite Warfare.

É a velha frase “em time que está ganhando não se mexe” aplicada, e isso não necessariamente é algo ruim; uma analogia rápida pode ser feita com o cinema, uma vez que os filmes da Marvel unanimemente entregam uma boa experiência ao público, porém cercados por uma padrão que acaba regrando-os, seja para o bem, seja para o mal.

Uma guerra de dimensões estelares

Em IW controlamos Nick Reyes, capitão do grupo de Reconhecimento Especial de Combate Aéreo que, após um acontecimento se torna uma das principais forças ao lado de sua equipe para conter a Frente de Defesa de Assentamento (SDF), um grupo extremista que pretende tomar controle do Sistema Solar dominando planeta por planeta e impondo à sociedade um novo totalitarismo que, por sinal é estampado pela imagem de Salen Kotch, Almirante que aqui ganha as feições do ator Kit Harington (Game of Thrones).

O game em seus primeiros minutos tenta nos imergir naquele universo – com espaçonaves gigantes, armas à laser, propulsores e uma sequência inicial que diga-se de passagem é uma das melhores coisas de toda campanha.

Bebendo de fontes como Star WarsStar Trek e Mass Effect, o título também indiscutivelmente pega referencias em games predecessores como a série Black Ops e o muito bem recebido Advanced Warfare. Tais adições são bem-vindas e, com algumas ressalvas entregam uma boa primeira impressão que não necessariamente se estende por todo o game – mas que consegue segurar bem a linha narrativa principal.

Viagem aos confis do espaço com bons visuais

Utilizando o motor gráfico ‘IW’ atualizado para sua 7ª versão, contar uma boa história no espaço com a tradição que a série Call of Duty adquiriu ao longo dos anos certamente demanda uma ótima apresentação visual, e isso pode ser facilmente constatado:

Graficamente falando, o salto é um pouco maior do que foi visto em Advanced Warfare, incrementando o que já era bom. Explosões, batalhas espaciais, e a imensidão do espaço também adiciona e deixa a aventura ainda mais apimentada visualmente.

Missões fora da curva (para a série)

Narrativamente, sua estrutura não foge tanto dos padrões, mas oferece alguns extras que vem para agradar.

Entregando cerca de 5 a 7 horas que se dividem em segmentos de ação ao maior estilo CoD recheados de tiroteios desenfreados, ações de infiltração onde o título introduz seções de furtividade, segmentos onde é necessário incorporar o estilo atirador de elite, e por último e mais importante a introdução à mais nova mecânica da franquia: batalhas espaciais.

Elas são divertidas, dinâmicas, intuitivas e talvez sejam uma das grandes razões para se adentrar neste título; com comandos rápidos e fáceis, cada momento ao lado de sua nave que aqui ganha o nome de Jackal consegue entregar algo novo – mesmo que após algumas missões a sensação já não seja tão prazerosa como antes, o que importa é tentar.

Em meio a tudo isso, temos as operações secundárias onde o jogador precisa recuperar instalações de algum planeta, sabotar naves ou participar de grandes operações espaciais ao lado de seu Jackal, uma nave de combate para chamar de sua com direito a um sistema de customização simplista e direto.

Portanto, sim: agora há mais variedade no que diz respeito trafegar pela linha narrativa fugindo um pouco do habitual onde a campanha é uma linha reta sem muitas curvas. Tal exploração no entanto é somente um gatilho para permitir ao jogador mais ação sem interferir muito na linha narrativa principal.

Personagens carismáticos

ethan

Call of Duty sempre foi regado a personagens que emplacam aventuras recheadas de explosões e ações heroicas. Sacrifício. Dito isso, é fácil dizer que temos aqui não só um, mas várias personas que não se conformam sendo fantasmas cuja sua única finalidade é guiar o jogador; na verdade, talvez esta função exista, mas há uma densidade que faz com que até uma mera máquina de combate seja um de seus melhores amigos durante a jornada. Ethan.

De nada sabe, senhor Almirante

villain

Desde que Kevin Spacey interpretou o corporativista manipulador Jonathan Irons, muita expectativa se criou sobre atores que engajam figuras antagônicas – e com Kit Harington vindo de uma boa fase no mundo do entretenimento é fácil depositar uma fatia de expectativa para seu papel aqui. Entretanto, a verdade é que no final das contas o que tivemos não foi nada mais que um inimigo regular… de luxo.

Com aparições breves em segmentos diferentes sempre alertando o jogador aos perigos de seguir com a missão – o Almirante Kotch é repetitivo, chato, enfadonho e sem peso. Pode-se dizer que estamos diante de um dos piores antagonistas centrais e olha que a lista tem bons competidores.

12 modos vencidos pelo Mata-Mata

Call of Duty vive atualmente um de seus piores momentos em seu modo multiplayer – e não ache que isso é um problema diretamente relacionado às desenvolvedoras – na verdade a questão está diretamente relacionada aos jogadores. Sim, a comunidade criou um monstro, e ele não para de fazer mais vítimas.

Com modos como Linha de Frente, Defensor, Infectado, Terminal 24/7 apresentando uma proposta diferente, além dos tradicionais Mosphit, Contra Todos, a grande verdade é que testar uma partida em um modo novo o fará esperar por vários minutos – e na maioria dos casos dificilmente você encontrará jogadores o bastante para começar uma sequer uma partida.

A crítica é pesada, mas a frustração vem na mesma medida. Em todo caso, desmerecer todo o trabalho de balanceamento e progressão desenvolvida pela Infinity Ward seria um desserviço: em IW há um leque de personalização interessante onde cada jogador pode customizar seu próprio Rig Suit e armas além do desbloqueio de classes criando uma longevidade e um senso de ‘objetivo a ser cumprido’ que merece destaque.

Com mapas permitindo ações livres, é realmente difícil não tocar novamente em Advanced Warfare – uma vez que o título conseguiu resolver tão bem seu modo online com mecânicas de dash apuradas permitindo um gameplay mais fluido, detalhe que tem um certo retrocesso aqui.

Porém verdade seja dita: a formula mesmo assim é muito divertida e frenética; matar, ser morto, e repetir o processo é divertidíssimo e há frequentemente recompensas por cada ato realizado, incentivando cada vez mais a guerra sem fim. Ponto positivo.

Zumbis em uma parque de diversões dos anos 80? Pode apostar que sim!

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Em seu tradicional modo extra que dá aos jogadores a possibilidade de estourar alguns miolos fúnebres, Zombies in Spaceland é definitivamente um point de diversão. Com uma proposta simples de abrir partes de um parque ligando geradores de energia explorando segmentos diferentes daquele local com ondas de zumbis que crescem a cada round, tamanha simplicidade aliada a um sistema de customização de armas e toda despretensão proposta cria uma atmosfera divertidíssima que ao lado de 3 amigos é um excelente passatempo.

‘Modern Warfare’ com uma cara toda especial

Embarcado exclusivamente na edição Digital Legacy Edition ou Digital Deluxe um dos mais aguardados detalhes por trás deste título é a adição da remasterização de Call of Duty: Modern Warfare ao pacote, que incorpora não só a campanha principal com gráficos refinados e atualizados como também o consagrado modo multiplayer com direito a 10 mapas.

Rodando a 60 frames por segundo, rejogar o primeiro título da série Modern Warfare não é só convidativo como uma obrigação a todos os fãs de carteirinha da franquia; momentos clássicos se eternizam com uma qualidade técnica altíssima que literalmente fará até os mais receosos jogadores se intrigar pela proposta. Bola dentro!

Vale a pena?

Navegando nos confins do espaço com uma trama divertida e empolgante, o título se joga em uma proposta diferente porém aos moldes da franquia; em adicional, novidades como a batalha espacial ao maior estilo Ace Combat traz um refresco à fórmula. Infinite Warfare é divertido, em certos segmentos empolgante com poucas quedas no ritmo entregando um final inesperado e corajoso ao lado de um modo multiplayer consistente e polido.

Nota: 8,9

‘Call of Duty: Infinite Warfare’ está disponível para PC, Playstation 4 e Xbox One

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