O inverno está entre nós (ao menos no mundo dos games). E com Steep, a consagrada temática dos esportes na neve marcam seu retorno com direito a vários modos, visuais deslumbrantes e uma jogabilidade recheada de truques – leia nossa análise:
Adotando mecânicas de um simulador – respeitando movimentos, ações e expressões corporais de atletas reais, Steep é desenvolvido por vários estúdios da própria Ubisoft (que também pública o game), e a alta cúpula responsável pela produção ganha um significado plausível uma vez que não estamos diante de um título instanciado ou limitado por cenários que carregam individualmente. Em Steep, os jogadores têm à disposição um monstruoso mapa que recria lugares propícios como os Alpes e Alasca.
Coberta por neve, as montanhas – ponto de interesse para várias modalidades presentes – apresentam uma escala impressionante, permitindo ações que definitivamente criam situações de pura adrenalina, o mínimo que se espera de uma produção focada justamente em esportes radicais, só que no inverno.
E já que o game se propõe a tal, o que você pode, realmente fazer por aqui? Adquirindo o título neste momento (sem nenhum season pass) você recebe 4 modalidades: Sky, Snowboard, Parapente e Wingsuit.
Vale também lembrar que aqui, o conceito de open-world tem como objetivo deixar a jogabilidade fluir – o que nos leva a um ponto bastante positivo: a alternância de modos não requere telas de carregamento ou navegações enfadonhas em algum tipo de menu. Basta apertar um botão para poder escolher entre os 4 e pronto, você já está descendo por desfiladeiros colossais.
É engraçado como tudo o que vimos aqui, poderíamos ter experimentado no passado em títulos que deram as caras nos anos 90 – e que de certa forma, não se tornaram tão recorrentes ao longo dos anos. Games de esportes radicais podem não ter muito sobre o que falar a respeito de sua jogabilidade, uma vez que há uma projeção natural sobre o que pode acontecer nos trajetos arriscados. Manobras, pedras, buracos, penhascos.
Entretanto, há uma série de ressalvas a fazer aqui. Nitidamente planejadas, todas as mecânicas aqui presentes trazem um nível de desafio interessante. É recorrente a sensação de que você não está sacando tudo à primeira vista. Então temos aqui um ponto curioso e que faz a diferença ao final das contas: sempre há uma maneira diferente de lidar com certas situações, e as manobras são pontos-chave que devem ser usados e abusados.
Poderíamos terminar este segmento afirmando que a experiência foi a melhor possível, porém…
Seja por alguns bugs que devem ser resolvidos através de atualizações, pequenas travadas ou até mesmo a falta de resposta por parte dos controles em momentos cruciais, ainda temos certos problemas técnicos que, embora de forma alguma destruam sua diversão por completo, podem certamente proporcionar uma mudança de humor bastante radical no jogador.
Ah, e caso você seja apaixonado por vídeos radicais gravados pela perspectiva do atleta, temos uma boa notícia: o título tem parceria com grandes empresas do segmento, portanto existe até um modo GoPro onde o jogador pode controlar o personagem com uma visão real (até demais) criando aquela atmosfera de tensão e perigo regada a adrenalina.
Fora isso também temos eventos Redbull no game, que ao final das contas resultam em uma série de desafios.
Visualmente falando, estamos diante de um game extremamente rico e recheado de pequenos detalhes que fazem a diferença se o avaliarmos como um conjunto. Todo fator contemplativo está presente, e a recriação de ambientes regados por neve, pinheiros, montanhas, e até um sinal de vida ao redor consegue nos transportar com um alto grau de imersão, uma vez que também há um ciclo de dia/noite aqui.
Sem ressaltas, Steep é belíssimo.
O problema
Basicamente tudo que foi dito acima de alguma forma consegue vender o game como um título de esporte e simulação maduro e bem polido. De toda forma, existe um detalhe importante que infelizmente merece menção e não pode ser negligenciado. O citaremos de forma breve:
- Falta de missões ou objetivos que deem ao jogador motivos para jogar por muito tempo;
Embora Steep incorpore uma série de pontos de interesse e coisas para se fazer com graus diferentes de desafio, o game parece carecer de um grande “big deal”, aquela sequência de objetivos mais interessantes, ou quem sabe até uma certa narrativa que nos tire do grande playground e nos proporcione mais sentido à aventura que estamos vivenciado.
Andar por aí no ‘modo livre’ é divertido, e mais uma vez contemplativo em seus primeiros minutos, mas julgando-o como um AAA de esporte de US$ 59,90 tudo parece enjoativo demais a longo prazo se sustentando unicamente no modo multiplayer.
E ah, você precisa ter uma conexão estável de internet para poder jogar. Ponto negativo.
Vale a pena?
Com um modo multiplayer prato cheio permitindo uma interação com até 4 jogadores em desafios bem planejados e desafiadores, os amantes de simuladores estão servidos com Steep – que agrada visualmente, propõem uma jogabilidade com um alto grau de desafio e recompensa, e propõem um passo a frente no gênero. Divertido, engajador e deslumbrante, ao final das contas os pontos negativos não o tiram o grande mérito que é entregar um simulador realmente empolgante.
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