Análise – ‘Resident Evil 7’ marca a volta triunfal da série principal ao horror de sobrevivência

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Categoria: Artigos, PC, PS4, Review, XBOX ONE

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Pessoal, ambicioso e aterrorizante, o sétimo episódio da franquia principal não só aprendeu como desprender-se de sua zona de conforto como mostrou como tratar uma série clássica da forma certa – confira nossa análise:

Perdurando por mais de 20 anos, Resident Evil é certamente uma das franquias mais aclamadas do sub-gênero de ação e aventura, quiça até fora dos games. Com milhões de fãs ao redor do mundo e uma numerosa quantidade de materiais transmidiáticos que se conectam pela franquia principal e histórias alternativas, é correto afirmar que não estamos diante de um estreante aqui.

Muito pelo contrário, estamos falando de um rei, que por anos colheu vitórias e derrotas – seguido por compassados lançamentos – muitas vezes polêmicos – outras vezes primorosos, entregando o que os fãs de raiz tanto demandavam: o terror de volta.

Resident Evil 7 é, então, a sequência que esperou durante 5 anos para voltar à superfície – ouvindo os fãs e experimentando formulas diferentes cujo único objetivo é recuperar o que fez de Resident Evil um verdadeiro marco para a industria.

No sétimo episódio da série controlamos Ethan Winters, um cidadão americano sem grandes qualidades ou características marcantes. Não estamos aqui tratando de um agente altamente treinado da Umbrella, B.S.A.A. ou um policial perito no manejo de armas de fogo.

Após o desaparecimento de sua esposa, Mia Winters, Ethan recebe um tape – 3 anos após o ocorrido – onde a mesma aparece viva e explicitamente pedindo para ele não a procure. Em tom desesperador.

Ignorando seu clamor, Ethan parte para uma jornada encontrando indícios de um local na Luisiana, precisamente em uma mansão agrícola abandonada.

Entendendo a nova câmera

Adotando uma perspectiva de visão em 1ª pessoa, algo inédito na série numerada (porém presente nos derivados em RE: Dead Aim e RE: Survival), observa-se o meticuloso trabalho de análise da Capcom – coletando nuances e mecânicas que aqui são entregues no seu auge.

Entender ritmos diferentes de jogabilidade é vital para uma transição – e se estamos falando de uma conversão antes isométrica, depois em 3ª pessoa, e agora em 1ª, conservar elementos clássicos é uma missão ainda mais complicada e recheada de armadilhas.

Dito isso, Resident Evil 7 concede tudo aquilo que amamos em títulos como Outlast: a sensação de se sentir na pele do personagem com direito à muitos contatos de mão nos ambientes e interações com o cenário que não só revigoram como adicionam uma nova camada que é reforçada por outras qualidades no título.

Aqui você pode correr, utilizar armas (o número não é tão grande, porém por uma boa razão), se defender e abaixar. Vale lembrar que nem sempre se defender significa utilizar as mãos como escudo fixo, bem pelo contrário – tudo aqui parece tão contextual quanto poderia ser, e até aficionados por games que adotam a visão poderão se impressionar com a variedade presente em situações que poderiam ser resolvidas sem grandes detalhes.

Gráficos impressionantes

Visualmente, o título da Capcom não só representa uma evolução generosa como beira o fotorrealismo. De cenários, armas, personagens, à interações com combates que resultam em muito sangue espalhado, a evolução é tão grande que dificilmente podemos encontrar títulos que se aproximem tão bem da fidelidade gráfica na mesma proposta.

Tendo em vista que um dos chamarizes é sua introdução nos dispositivos de VR (Realidade Virtual), jogadores que tiverem a oportunidade de testá-lo em um Playstation VR devem passar por maus bocados (no bom sentido).

Tal trabalho também representa um ponto importante tecnicamente falando, já que todo trabalho é resultado do uso intensivo do motor gráfico própria apelidada carinhosamente de RE ENGINE.

A sensação de realismo por vezes é tão grande que é possível em alguns segmentos até sentir um leve enjoo – que ao longo da aventura é reduzido ao se acostumar com o ritmo visual recorrente.

Áudio de qualidade

Garantir autenticidade e realismo é uma tarefa que não demanda somente de bons gráficos, comandos ou mecânicas – e com uma bagagem repleta de composições memoráveis, aqui fica clara a intenção de dar mais vida ao mundo, ambientando o jogador em momento onde a segurança deve ser definida, ou o perigo. Tudo tem vida própria, e os sons lhe ajudam a identificar uma ameaça, um passo estranho na casa, ou em alguns trechos transmitindo tensão em dose tripla.

Momentos onde o jogador finalmente se encontra lugares seguros são extremamente confortantes, tal como ambientes desconhecidos são extremamente cheios de tensão.

Mecânicas que estão de volta

No clima de novidades, não poderíamos deixar de falar das implementações que realmente fazem do título um passo à frente sem esquecer das raízes. Gerenciar itens fará com que você abdique de certas armas, ervas ou munição – tal como nos primeiros títulos. Já a barra de vida é indicada por um Smartwatch, que é “dado” a Ethan e de forma rápida é possível checar o nível de saúde. Embora seja dito que as munições são escassas, na dificuldade ‘Normal’ é provável que o senso de urgência ou necessidade não seja tão grande quanto em outras dificuldades mais desafiadoras.

De toda maneira, você ainda se verá por aí destruindo caixas, coletando itens, armazenando-os em baús localizados em safe-places e repetindo o tradicional com um gostinho de nova geração.

Inimigos e chefes

Trocando os velhos zumbis por inimigos mais letais e inteligentes, RE7 consegue oferecer algo diferente do que já vimos – com segmentos que são marcados por personagens com comportamentos e ações diferentes. No início somos confrontados pelo pai da família Baker, Jack, que por sua vez fica no encalço do jogador perambulando pela casa a procura de Ethan.

Em resultado a isso, em determinados momentos prevalece o sentimento de estar sendo vigiado – e em muitos casos, perseguido. Tal ameaça pode trazer à tona um pouco de Alien Isolation – entretanto, de forma alguma podemos dizer que tal inspiração é um conceito imutável como tal título.

Inimigos ‘convencionais’ também dão as caras em momentos diversos, requerendo um bom jogo de cintura para saber a hora certa de correr e poupar munições ou atirar e gastá-las.

Batalhas de chefes são destaques a parte, e sem revelar grandes trechos da história podemos dizer que elas definitivamente são um passo positivo unindo o velho horror de sobrevivência a situações extremamente incomuns e surpreendedoras. Menção honrosa a um certo momento onde uma certa motosserra tem um grande papel.

Vale a pena?

Voltando às origens de forma magistral com uma história isolada, divertida e definitivamente digna de ser um Resident Evil – o sétimo episódio não só consegue emplacar como é um divisor de água que pega como inspirações referências da cultura POP clássicos como ‘Massacre da Serra Elétrica’, ‘O Chamado’, com uma sentimento ‘True Detective’ por parte da ambientação que não só entrega com excelência tudo que o game propõem como, em cerca de 10 horas lhe fará manter dedicado a passar por cada puzzle presente e batalha desafiadora.

Estamos falando de um acerto difícil de se esperar, mas que foi conquistado ao custo de trabalho duro e uma direção pra a série que fará qualquer fã se empolgar.

Nota: 10/10

 

‘Resident Evil 7’ já está disponível para PC, Playstation 4 e Xbox One

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