Análise – ‘Horizon: Zero Dawn’ apresenta mundo tribal tecnológico imperdível

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Categoria: Games, PS4, Review

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Introduzindo uma protagonista forte, um mundo instigante e inimigos incomuns – Horizon: Zero Dawn é literalmente um system-seller da Sony. Leia nossa análise:

Existem games que são bons e que marcam sua geração, tal como também existem títulos que de tão memoráveis, inspiram a industria. Ao mesmo tempo, existem aqueles, que nunca serão esquecidos e que movimentam o mercado de exclusivos: Horizon é indiscutivelmente a melhor resposta que fãs da Sony poderiam esperar.

Produzido pelo estúdio holandês Guerrilla Games, mais conhecido por Killzone, desde seu anúncio na E3 de 2016 muito se falou sobre como o produto final seria comparado ao que foi prometido. Mais que isso, se tratando de um exclusivo, como ele sustentaria a leva – que se mantém forte com nomes como Bloodborne, Uncharted 4 e outros.

Em Horizon: Zero Dawn controlamos Aloy, uma jovem caçadora e arqueira da tribo Nora. Aqui, vale um adendo que estamos em um mundo “pós-pós” apocalíptico onde a humanidade foi praticamente extinta do planeta e o motivo disso… bem, você não vai descobrir isso nesta análise.

Apresentação

Deslumbrante é a palavra certa para definir já os primeiros minutos aqui. Com uma ambientação distópica recheada de elementos tribais, você percorrerá por um vasto mapa com florestas densas, cavernas, cenários com baixa vegetação e uma grande variedade que impressiona em quantidade e qualidade.

Diferente de outros títulos do gênero,  um dos maiores méritos de Horizon se dá pelo fato de termos aqui um estúdio que tem tradição em títulos em 1ª pessoa mas que até então nunca adentrou por terreno mais ambiciosos; poderíamos até supor que, por conta disso o mundo aberto não fosse bom o suficiente pela falta de experiência da desenvolvedora, mas… não é isso que acontece, de fato.

O mundo aberto aqui não é bom, e sim surpreendente. Como já falamos, toda flora é extremamente bem polida e conseguimos até mesmo ver o quão “orgânico” tudo parece, mesmo que estejamos diante de um emaranhado de fauna robotizada. O contraste entre selva e tecnologia é tão impressionante como poderia ser, e o reflexo disso se dá pela navegação extremamente empolgante aliada a segredos que só uma ambientação assim poderia proporcionar.

E talvez o aspecto mais interessante em tudo isso é que a Guerrilla Games conseguiu construir algo tão singular e diferente, que mesmo bebendo de fontes como The Witcher 3, Mass Effect para formular seu elemento Role Playing de forma satisfatória (mas sem se aprofundar tanto), não cai em convenções que poderiam o tornar genérico pela coletânea de referencias.

Ao contrário do novo Zelda: Breath of the Wild, que traz uma abordagem mais cartunesca aliada a sistemas inovadores que pegam o jogador pela quantidade de elementos para se descobrir, e combinações diferentes para se testar, Horizon é mais animalesco e brutal, onde a linearidade de pensamento lhe concederá frutos sem parecer enfadonho ou tradicional demais.

Também, não podemos deixar de mencionar o lindo ciclo de dia e noite e suas mudanças climáticas que trazem respaldo na jogabilidade, um detalhe que pode não ser tão inédito assim hoje, mas que de certo ajuda a dar ainda mais credibilidade a este mundo.

Jogabilidade

Se os visuais do títulos são de primeira e certamente lhe deixarão de queixo caído, o mesmo pode ser dito da jogabilidade e suas variações. Aloy impressiona com sua quantidade de animações diferentes; movimentar-se aqui é gostoso e divertido, assim como notar pequenos detalhes na personagem interagirem com a ação injetando um impacto visual que acrescenta. Não há nada mais satisfatório que caçar um robô dinossauro correndo por aí e notar o cabelo da protagonista tal como suas armas balançarem em uma sincronia que dá veracidade a algo envolto de fantasia.

Muitas vezes até mesmo evitamos utilizar o fast travel para certas missões apenas para… contemplar. O ambiente ajuda muito nisso, e a sustentação final vem com os afazeres (que são muitos) aliados a um sistema de criação de itens que demanda de recursos e que criam um belo mix que lhe deixará sempre com vontade de explorar por aí novas áreas em busca de aventuras, confrontos épicos, loots interessantes além da busca por  itens que faltam para fechar aquela armadura legal.

Em Horizon você pode correr, pularagachar, atacar e até realizar um movimento especial que mais se parece com uma “derrapada” para usar em momentos especiais seja para realizar um ataque de última hora ou se esconder. Ainda há uma bela vertente de furtividade que adiciona uma camada interessante aqui, funcionando muito bem em todas as situações – seja para finalizar um inimigo, seja para passar pacificamente por uma manada deles.

Munida inicialmente de um arco e flecha, outro grande diferencial no título mora em seu combate – que, como mostrado em convenções e através de vídeos, é brutal e requere tanta atenção que lhe fará suar pelos dedos em muitas ocasiões.

Fundamentando melhor, precisamos afirmar que a quantidade de inimigos diferentes tal como seus padrões nem sempre são tão previsíveis quanto parecem. Você encontrará ao longo de sua jornada criaturas com vulnerabilidades e habilidades especiais que podem confundir e até te trazer muitos problemas.

Nisso, batalhas podem se estender por mais de 40 minutos com um só inimigo enquanto outros podem ser resolvidos em menos de 2. O legal é que em alguns casos você poderá “domar” criaturas e usá-las ao seu favor como montaria, outra vertente interessantíssima do gameplay.

Em todo caso, as máquinas não são as únicas ameaças durante o jogo. Existem confrontos com pessoas e outros tipos de ameaças, com isso, você precisa estudar seu inimigo par não acabar encrencado.

Prepara-se para encontrar por aí nomes como Pescoção, Arauto da Morte, Britadeira, Corruptor, Falquino, Carapaça, Borrifante de Fogo (versão nacional). Fica a seu critério advinha qual destes é mais ameaçador. Por fim, podemos mencionar que nem todas estas são perigosas à primeira vistas, e que grande parte apresenta um comportamento pacifista – eles só querem ficar na deles.

Progressão, armamento e RPG

Apresentação de todas as armas do game (aviso de spoiler)

Se as batalhas em Horizon requerem muita atenção, concentração e estratégia, pode ser dito que seus recursos também não andam muito atrás: há uma divisão por cores, tradição em jogos de RPG onde as verdes representam o “comum”, enquanto azul é o grau raro e roxo é o super raro. Você deve encontrar pelo caminho Estilingue, Lança-corda, Armadilheira, Arco de Guerra, Chocalho até a famosa Tearblaster, um tipo de arma que destrói por completo a armadura de uma máquina.

Todas as armas apresentam mecânicas um pouco diferentes e dão um panorama diferente às batalhas que podem ser pensadas por diversos pontos de vista resultando em abordagens diferentes e conclusões diferentes.

Usar armadilhas, por exemplo, é extremamente encorajador e pode lhe colocar muito à frente se bem posicionadas. Você precisa fazer seu jogo baseado nas condições, e isso é extremamente interessante.

Árvore de habilidades

Em termos de progressão, você encontrará 3 árvores que seguem por rumos diferentes como furtividade, combate à curta distancia e cura e rastreio de itens. Ambas incorporam playstyles diferentes mas que se quase obrigatoriamente precisam se mesclar para um alto desempenho.

Sobre suas missões, há uma grande variedade delas espalhadas pelo cenário que te farão coletar itens, destruir criaturas, ou explorar locais – vale lembrar que em meio a isso, há um sistema de diálogos bem parecido com a série Mass Effect, mas que, vale salientar: não transmite nem perto o peso das ações como os títulos desta série. Embora você possa escolher entre 3 ou 4 opções diferentes de responder, não sentimos uma real profundidade no sistema de decisões e o impacto não parece realmente significativo.

Onde a imersão se perde

Por mais que Horizon: Zero Dawn faça tudo muito bem, você deve ser perguntar: “ainda há falhas aqui?” e a resposta é bem simples: sim. Embora graficamente, e em termos de jogabilidade o título seja um exemplo para a industria em vários aspectos, sentimos uma grande deficiência nas expressões faciais dos personagens; em muitos momentos você sentirá que certas expressões não condizem absolutamente nada com os eventos do momento; mais que isso, eles se comportam de forma estranha e imprevisível – e isso em alguns momentos se converte em diálogos que deveriam ser sérios e concisos a algo estranho, e fora de forma.

Tomar decisões aqui também não parece ter muito peso, e isso acaba por diminuir o fator replay além de parecer frustrante em alguns momentos.

Vale a pena?

Uma resposta curta e direta? Com toda certeza. Sendo uma verdadeira obra prima gráfica, o título se diferencia pela temática e por suas mecânicas tão selvagens e interessantes; una isso a um mundo aberto que te faz querer entender toda trajetória daquele universo até chegar a este ponto, a personagens carismáticos e uma trilha sonora sensacional e temática, e temos uma formula perfeita para um exclusivo. Se você ainda não tinha razões suficientes para adquirir um Playstation 4, talvez seja a hora de repensar as coisas.

Nota: 9.5

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