Desenvolvido pelo estúdio polonês CI Games, o terceiro episódio da franquia ‘Sniper Ghost Warrior’ está entre nós, e com elementos de furtividade em um mundo significantemente maior que os antecessores, o que podemos esperar?
Com a notória crescente de títulos desenvolvidos em território europeu, principalmente se estamos tratando aqui da Polônia, provedora da renomada franquia The Witcher e um dos maiores RPGs já criados (‘The Witcher 3’), não é errado afirmar que o país pode ser a nova Montreal – ou melhor.
A convite da CI Games, o InternerdZ participou de todos os testes relacionados ao novo capítulo da série ‘Sniper Ghost Warrior’, conhecida pela sua aproximação no território de shooters em primeira pessoa. Não apenas um shooter, Ghost Warrior converge elementos de furtividade que gradativamente evoluem para ideias maiores. De cenários fechados e lineares a ambientes abertos que aspiram liberdade e realismo. Pedidas que o deixam ainda mais com cara de simulador – o que não é o caso, de fato.
Apresentando 3 áreas bem mapeadas da região da Geórgia na Europa, no jogo você controle Jonathan North, um fuzileiro em busca de seu irmão, Robert, capturado há dois anos e com seu paradeiro desconhecido, até o momento.
Com uma evolução gradativa técnica a cada título, ‘Ghost Warrior 3’ não é diferente: cenários bem trabalhados e autênticos com florestas e cidades da região permitem uma visão mais madura do game, que certamente é o episódio da série mais ambiciosos até o momento. Mapas gélidos, ambientes críveis, ecossistema, ciclo de dia e noite, e uma fauna e flora ditam um tom com personalidade.
É inclusive possível citar que o título se parece bastante em estrutura com um RPG; aqui, ao invés de níveis o jogador adquire pontos, que ao longo da jogatina podem ser trocados por habilidades especiais transformando o que viria a ser um candidato perfeito a um simulador, agora bem próximo a outra coisa.
A partir do que já soltamos, é possível imaginar um quadro geral – e podemos ilustrá-lo ainda dizendo que uma das partes mais divertidas aqui é sem dúvidas explorar todo o ambiente, adquirir novos recursos e fabricar suas próprias munições. Tudo é feito com uma série de detalhes que o aproximam muito a mundos ao maior estilo “Far Cry”, mas com uma pegada bem própria.
Mais importante do que citarmos o sentimento através da aventura, é elucidar que um dos principais alicerces aqui presentes fica por conta de suas mecânicas de jogo autenticas. O espirito do game é descobrir informações sobre inimigos, preparar todo seu arsenal em um ambiente conveniente que lhe permite criar várias engenhocas funcionais, e, digno de um filmes de hollywood, partir para a missão.
Um dos grandes trunfos por trás de tudo isso é a oportunidade de permitir aos jogadores várias abordagens diferentes. Seja utilizando seu drone dominando territórios de pouco a pouco e eliminando inimigos aos poucos com um ritmo devagar que só um atirador de elite paciente poderia ter, ou avance empunhando uma metralhadora e tente a sorte. Dica: não será fácil.
Em parte dos comandos, as coisas funcionam de forma fluída e mapeada para as diversas situações nas quais os jogadores devem se aventurar. Gostamos bastante da disposição dos comandos, e por fim o drone é realmente seu melhor amigo no jogo, seja evitando surpresas, ou preparando estratégias ofensivas.
Falando propriamente sobre sua jogabilidade, um dos pontos a se destacar é exatamente no que tange o proposito do game: ser um atirador de elite. Espere por intervenções climáticas, miras em alvos atrapalhadas por respirações do próprio personagem ou o vendo, e uma dinâmica bastante fidedigna à realidade, diga-se de passagem.
Para os que buscam realmente dificuldade, há modos que desligam dicas e até mesmo toda a HUD (tela de alerta).
Anteriormente citamos como o estúdio se propôs a finalmente expandir seu escopo e transformar a aventura em algo maior e mais ambicioso. A verdade é que existem mais camadas por trás de tudo isso: não há só bandidos e caras maus para derrubar; na verdade, existe vida, NPCs funcionais e animais – detalhe muda completamente a forma como navegamos por aí.
Neste ponto, as missões secundárias tem maior relevância, e são ótimas para conhecer mais nuances deste mundo, que embora não alcance um nível de detalhismo provido por legítimos RPGs, consegue ser divertido e instigante.
Falando sobre ser divertido, é impossível falar de aspectos visíveis e pulsantes, e não citar a estrela da vez: o áudio em ‘Sniper Ghost Warrior 3′. Tudo aqui praticamente tem um tipo de som, e há como tirar proveito de cada um deles. Seja par chamar a atenção de guardas, seja para notar passos próximos e se esconder ou preparar um armadilha. É necessário se ater aos detalhes para se dar bem. É possível, por exemplo, notar uma diferença entre um rifle comum e uma .50, e estes pequenos fragmentos que trafegam pelo jogo desempenham um bom papel enriquecendo a experiência como um todo.
De toda forma, não podemos afirmar que estamos diante de um game perfeito. Pelo contrário, aqui pequenos problemas como bugs ou congelamentos enfraquecem, e muito toda experiência. E a recorrência na qual estes acontecem, de fato podem fazer jogadores não voltarem por um bom tempo. Juntando as falhas técnicas a um roteiro que acerta e erra com a mesma proporção, o saldo final recebe grande benefício de suas mecânicas apuradas, jogabilidade consistente, opções e um mundo-aberto que traz acertos.
Vale a pena?
Se você é fã do nicho de jogos de tiro táticos, a resposta é sim. Com um suporte muito bom por parte da equipe já lançou e ainda prepara várias atualizações com direito a conteúdos inéditos, a experiência geral é gratificante e se ‘faz jus’ ao investimento feito no game. Mesmo sem ainda um modo multiplayer (prometido pela desenvolvedora), o modo história é competente e cumpre grande parte das promessas que o título faz.
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