A Capcom trouxe o terror de Raccoon City aos novos consoles com uma nova roupagem, será que vale a pena ajudar a Jill Valentine em uma de suas clássicas histórias? Confira nosso review de Resident Evil 3 Remake.
Após o grande sucesso de Resident Evil 2 Remake, chegou a hora de voltar em Raccoon City e revisitar uma das melhores histórias da franquia, Nemesis está de volta para atazanar nossa vida enquanto tentamos resolver um grande problema da Umbrella Corporation, Jill é uma das mais amadas personagens e foi totalmente remodelada, agora com o gameplay parecido com o game antecessor, temos em mãos um Resident Evil voltado para a ação e nossa protagonista mais ágil do que nunca.
A jogabilidade evoluiu e a câmera do jogo também, nestes quesitos, achei uma grande evolução, já que tinha gostado bastante do 2, agora explorando a cidade, você vai em busca dos itens e tentando sair de qualquer jeito de uma cidade que já está condenada. Nosso algoz Nemesis, está mais poderoso do que nunca, quando ele está em perseguição, temos momentos de tensão e uma das partes mais memoráveis da cidade e esgoto, infelizmente é curta, mas em compensação os dois últimos cenários, do Laboratório e também da delegacia, foram bem explorados e com novos inimigos e ameaças.
O game infelizmente é bem curto em relação ao original e até mesmo ao RE2, isso não tira a credibilidade e todo trabalho que a Capcom teve para contar novamente este clássico. Mister X e Nemesis são parecidos apenas, pois estão no encalço dos personagens principais, mas o inimigo em RE3 é muito mais assustador e cheio de truques, temos uma evolução e alguns estágios bem diferentes, não vamos citar todos para não dar spoiler, a experiência vale bastante, os combates também são cinematográficos e a Capcom sabe muito bem como explorar tudo isso.
Resident Evil 3 se passa antes do 2, tanto é que você descobre alguns eventos de seu antecessor e o motivo que aconteceram, este elo entre os dois games foi algo que me chamou a atenção e fez até mesmo revisitar o remake de 2019 após concluir a aventura com a Jill, a Capcom uniu de forma sensacional as duas histórias, mesmo mudando um pouco em relação aos games dos anos 90, temos um Resident Evil enxuto e com histórias muito bem contadas, com gameplay voltado para ação, que ao meu ver, não tirou em nada o terror e a tensão nos momentos chave, a agilidade dos personagens no novo motor gráfico RE criado pela empresa, nos dá mobilidade que anteriormente era impossível e limitada, agora temos um game que mescla aventura e horror na medida certa, temos até mesmo novos movimentos de esquiva e corrida que se encaixaria perfeitamente em RE2 Remake. Até mesmo se você preferir, pode jogar o RE3 e depois já pular para o RE2, será uma bela experiência.
Outra coisa que me chamou atenção durante o RE3, foram as notas espalhadas pelo game, antigamente eu não dava atenção alguma para estes conteúdos nos jogos, apenas prestava atenção na história em si, mas dessa vez, li todas as notas encontradas e isso agregou demais nessa nova roupagem que a Capcom fez com a série, ela explica pontos que ficaram em aberto e tiram dúvidas durante nossa passagem em Raccoon City, uma nota em especial, foi no laboratório, onde a equipe da Umbrella Europa, recebe os parabéns em concluir o projeto Nemesis, explicando também que ele é um projeto de Tirano com parasita no cérebro, para receber os comandos de seus criadores, falando também do perigo que este projeto emana, apenas com essa nota, já abre discussão para saber qual será o próximo remake, já que unimos as informações da Umbrella Europa com a história do sensacional Resident Evil CODE Veronica e os parasitas com Resident Evil 4.
Terror e Sobrevivência
Graficamente o jogo está impecável, jogamos a versão do PC, que provavelmente é a melhor em comparação aos consoles, graças ao fps constante e diversos recursos visuais que são possíveis modificar durante a jogatina, tirando também que o valor desta versão, é bem menor em comparação com as outras, mas um dos pontos que sentimos que o game pecou, foi na velocidade da primeira metade do jogo e no tempo total da campanha, concluímos o game com 5:50hs mais ou menos, diferente de RE2, onde você tinha dois pontos de vista e personagens diferentes, a passagem de Jill por Raccoon City é contada apenas uma vez, o motivo que vale o replay, ficou para as dificuldades que você abre após concluir a campanha e também aos itens na loja, como exemplo as famosas armas com munição infinita, nosso fator replay foi para visitar estes novos itens no modo mais tenso do game e para melhorar a nota geral e diminuir ainda mais nosso tempo, não leve em consideração o pessoal que faz speedrun, reparei de algumas pessoas lendo sobre o game e concluindo que você consegue finalizar o jogo com menos de 2 horas, mas estas mesmas pessoas nem haviam jogado.
O jogo é curto? Sim, na sua primeira visita, terá uma aventura de 6 horas, se você for fã, com certeza vai terminar o game umas 3 vezes no mínimo, mesmo sabendo o que acontece, apenas tentando melhorar sua jogabilidade e aprendendo todas as mecânicas. Você pode até mesmo querer jogar novamente RE2 Remake, este foi até o meu caso, quis voltar e reparei que prestei mais atenção em pontos da história que passaram despercebidos durante minha primeira jogatina, parece mesmo que a Capcom está mesclando esta nova versão da história de Resident Evil em uma nova forma, sem sair das raízes do terror, apenas juntando novas mecânicas que são possíveis graças as novas tecnologias tanto de hardware quanto de seu motor gráfico que combinou 100% com a série.
Jogando Online
Resident Evil: Resistance vem junto com a campanha em RE3, ele é um modo on-line assimétrico que coloca quatro sobreviventes contra um jogador solitário no papel de antagonista. Quem é fã de Resident Evil e não lembra do primeiro game online da franquia, Resident Evil Outbreak. Mesmo não sendo um dos melhores, joguei bastante e me diverti na época, com Resistance não foi diferente, jogar com amigos deixa a aventura mais divertida ainda, claro que você não vai comprar o RE3 focando exclusivamente em Resistance, mas ele é uma boa adição para manter a jogatina no mundo e na mecânica de Resident Evil, não é nada excepcional mas um jogo OK. Os recursos são escassos e as apostas se tornam cada vez mais significativas. Usar as habilidades de cada sobrevivente de maneira eficaz pode ser um problema durante uma luta difícil, salvando você e sua equipe das táticas do mentor.
Vale ressaltar que ao jogar com os personagens, você evolui e vai desbloqueando nova habilidades que ajudam durante a jogatina, como em muitos jogos atuais, os desafios diários e semanais também estão presentes em Resistance, ajudando assim a aumentar seu ganho de XP para melhorar seus atributos. Achei a tela um pouco poluída demais, poderia ser com menos informações durante o gameplay, mas nada que tire tantos pontos deste modo. Ele não me prendeu por muito tempo, já que o foco fica na aventura de Jill em RE3, mas podemos esperar algumas adições da Capcom em Resistance, achei um modo promissor e divertido, como falei no início, principalmente com amigos.
Pontos positivos
- Novas mecânicas;
- Gráficos;
- História.
Pontos negativos
- Tempo de jogo.
Vale a pena?
Se você é fã de Resident Evil, sem dúvida, mesmo sendo um jogo curto, vale a pena retornar à Raccoon City com a ótima história de Jill Valentine, em busca de uma solução para acabar com os planos da Umbrella, infelizmente o fator replay não é tão recheado quanto o RE2 Remake, mas o valor do game em sua versão de PC, está mais atraente do que de console, as novas mecânicas implementadas pela Capcom, caíram como uma luva para a franquia, vamos aguardar os planos da empresa para continuar contando esta história tão emblemática e importante para o mundo dos videogames.
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