Com o lançamento marcado para o dia 7 de maio, Resident Evil: Village ganha a atenção dos jogadores ao trazer Ethan Winters novamente como protagonista em um título que dá sequência aos acontecimentos de Resident Evil 7 e tem por objetivo entregar uma trilogia do personagem.
Como parte do aquecimento de uns dos maiores destaques do ano de 2021, a Capcom forneceu até o momento duas demos do game sendo a última disponibilizada no dia 1 maio como uma forma de aquecer as vendas do título. Revelando pequenas partes do enredo envolvendo Ethan, Mia e sua fila Rose, o oitavo capítulo da franquia promete entregar uma experiência semelhante ao jogo de 2017 mantendo as mecânicas e interação, porém elevando a experiência gráfica ao um outro patamar por conta das novas tecnologias de processamento permitidas pela nova geração de consoles.
Quando Ethan consegue salvar Mia, que estava desaparecida há 3 anos, e escapar do espírito maligno que assombrava a família Baker, ele e a mulher retornam para a vida que tinham antes dos incidentes e formam um lar com o nascimento da primeira filha. Entretanto, quando a esposa e a recém-nascida Rose desaparecem de forma misteriosa em um vilarejo sinistro, Ethan sai em busca das mulheres de sua vida, mas acaba se deparando com situações macabras de uma seita de vampiros liderados pela mãe Miranda e que não possui nenhuma intenção nobre com convidados indesejados.
A premissa mostrada até agora da história de Village aponta para um jogo que mantém todas as estruturas que foram desenvolvidas para o título desde a retomada do aspecto de terror e suspense promovidos pelo sétimo título. A RE Engine, motor gráfico desenvolvido exclusivamente para a série, se apresenta ainda mais aprimorada e bem adaptada aos novos consoles mostrando uma perceptível evolução na maneira como o jogo ganha fluidez conforme vai sendo utilizada ao longo os anos. Os elementos técnicos estão competentemente alinhados à proposta que o jogo objetiva trazer: um enredo que se distancia da história original, mas que começa a consolidar a histórias dos Winters, porém põe em cheque a própria questão do terror. De acordo com os produtores executivos do jogo, Resident Evil permanecerá como um survival horror enquanto a série for lucrativa, mas com alguns minutos de gameplay da demo, este aspecto importante ao título torna-se questionável visto que os elementos destacados prezam por um jogo com mais elementos de ação.
Ao acordar no castelo da seita misteriosa, o jogador tem à disposição os comandos que já se tornaram habituais nos últimos jogos como a rotação da câmera, a mira, a organização e criação de itens, a corrida entre outros controles consolidados. A maior parte das mecânicas e da jogabilidade forma importadas diretamente dos jogos mais recentes como Resident Evil 2, RE 3 e RE 7. Neste sentido, os jogadores poderão se sentir confortáveis e se adaptarão facilmente aos movimentos que vêm se mostrando cada vez mais práticos e com ótima resposta. A exploração continua sendo um fator chave neste game e a busca por itens como munição, pólvora e itens especiais que dão andamento à campanha serão parte recorrente das dinâmicas e parecem manter um grau de dificuldade dentro dos padrões dos jogos atuais que prezam por puzzles relativamente fáceis. Caminhar pelos cenários para encontrar as passagens necessárias aparece na demo de forma linear e sem grandes desafios priorizando os elementos do cenário e do enredo.
Um dos maiores destaques que pode ser conferido nas duas demonstrações, é o gráfico que conta com locais de área aberta e fechada programadas aos padrões da nova geração e com uma paleta de cores altamente realística, que acompanha um grau de resolução e renderização ainda não vistos em um game Resident Evil. Os móveis do castelo bem como as cores das paredes e toda a arquitetura da fase brilham intensamente e respondem aos efeitos de luz e sombra respeitando o ângulo de onde se olha cada objeto permitindo mais ou menos intensidade de brilho. Em comparação com a primeira demo, a fase do castelo está mais vigorosa que a paisagem aberta dos campos. Em contrapartida, a primeira demo apresenta uma resolução de rostos humanos com alta fidelidade, o que faz com seja perceptível o trabalho da Capcom em fazer com os jogadores se sintam parte das interações.
A trilha sonora de Village mantém a mesma funcionalidade dos outros Resident Evil com alternações bruscas no volume que acompanham as cenas de maior tensão e combate. Quando Ethan encontra a primeira vampira, a música se intensifica e ganha arranjos de violinos agressivos que causam desconforto e aumenta a tenção do combate. Em termos sonoros, este título é o primeiro da série a ser dublado em português brasileiro e faz com que a experiência de jogo seja mais autêntica mesmo que a dublagem soe levemente artificial em alguns pontos. No entanto, a voz de Ethan é convincente e colabora para a construção da identidade do personagem já que seu rosto nunca foi mostrado oficialmente.
A fase do castelo tem por objetivo apresentar uma noção do sistema de combate de Resident Evil Village com a aparição de inimigos que supostamente fazem parte de uma estranha experiência promovida pela mãe Miranda. O estilo e jogabilidade permanecem inalterados e traz uma munição quase escassa na dificuldade padrão que pode gerar um grau de dificuldade maior em algumas passagens. O famoso esquema de munir o jogador antes de um combate se mostra presente bem como o acúmulo de três ou mais inimigos atacando que podem surgir de vários lugares e até pelas costas de Ethan causando o efeito surpresa. Atirar nas criaturas bizarras que estão no porão do castelo é uma ação de resposta efetiva e intuitiva, porém a gestão de recursos será necessária para se chegar ao fim das fases. Combinar fluídos químicos e tipos diferentes de pólvoras decidirão o sucesso das missões, porém vale destacar que em dados momentos Ethan ficará de mãos vazias e deverá apelar para a faca de combate ou mesmo fugir dos inimigos, se possível.
Com a aproximação da data de lançamento e duas demos para testar o jogo, a Capcom conseguiu mostrar até o momento que Resident Evil Village será um jogo de peso reunindo todos os fatores que a série vem construindo desde 2017 para manter o nome do game à altura da sua dedicada base de fãs. Apesar de apresentar uma estrutura de jogo que vai repetir as mecânicas de Resident Evil 7, incluindo alguns deslizes no próprio enredo, o oitavo capítulo desta série promete manter um alto nível de qualidade satisfazendo os jogadores mais entusiastas e entregando uma experiência vívida que, através de duas demonstrações, conta com todos elementos para ser mais um enorme sucesso.
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