Lançado para PlayStation 5 e disponibilizado anteriormente para PC, Back Then nos apresenta a emocionante jornada de Thomas Eilian, um escritor idoso que enfrenta os desafios do Alzheimer. O jogo, longe de ser apenas mais um título, traz uma reflexão profunda sobre a memória, a identidade e a fragilidade humana, criando uma experiência imersiva e tocante.
Octopus Embrace: Unindo talentos para contar histórias impactantes
O estúdio responsável por Back Then é o Octopus Embrace, uma equipe luso-brasileira formada por um brasileiro e quatro portugueses, com sede em Lisboa. Apesar de pequeno, o estúdio se destaca pela ambição em criar narrativas emocionalmente intensas. O objetivo deles é claro: explorar o potencial dos videogames como uma ferramenta para tratar temas complexos e significativos.
Essa abordagem sensível e criativa transparece em todos os aspectos de Back Then. Cada detalhe no jogo, desde o design até as mecânicas, demonstra a dedicação da equipe em oferecer algo único e impactante, sem apelar para artifícios extravagantes. Ao invés disso, eles focam na autenticidade da experiência, resultando em um jogo que dialoga diretamente com o coração do jogador.
Uma visão íntima da luta contra o Alzheimer
Em Back Then, os jogadores assumem o papel de Thomas, um escritor aposentado que tenta navegar pelas memórias fragmentadas de sua vida. A perspectiva é profundamente íntima, colocando o jogador na pele de alguém que enfrenta diariamente a luta contra a perda de suas próprias lembranças. É impossível não sentir empatia enquanto exploramos os desafios que ele enfrenta para manter sua identidade viva.
Os cenários do jogo funcionam como representações da mente de Thomas: espaços repletos de nostalgia, melancolia e histórias incompletas. Cada lugar visitado é um reflexo de suas memórias, e ao interagir com esses ambientes, o jogador descobre fragmentos que ajudam a montar o quebra-cabeça de sua vida.
Jogabilidade simples, mas impactante
Apesar de não ser um jogo que desafie pela dificuldade, Back Then utiliza suas mecânicas para reforçar o impacto emocional da narrativa. Os puzzles, embora acessíveis, simbolizam os desafios cognitivos enfrentados por Thomas. Mais do que resolver enigmas, o jogador se vê obrigado a refletir sobre as consequências de um problema muito maior: a luta diária contra o esquecimento.
A trilha sonora é outro elemento essencial. Com melodias suaves e melancólicas, a música guia o jogador por essa jornada emocional. As composições não são apenas um pano de fundo, mas sim uma extensão da narrativa, intensificando a imersão e criando uma conexão ainda mais forte com a experiência de Thomas.
Uma experiência que vai além do entretenimento
Back Then não é apenas um jogo, mas um convite à introspecção. Ele nos faz pensar sobre o valor das nossas memórias e a importância das pessoas que amamos. É impossível sair dessa experiência sem sentir que ela deixou uma marca.
Por R$ 79,99 na PlayStation Store, o jogo oferece algo raro: uma oportunidade de vivenciar uma narrativa que nos tira da zona de conforto e nos lembra do que significa ser humano. Back Then não é sobre vencer ou perder. É sobre entender, sentir e refletir. Uma experiência que ficará na memória, mesmo que fragmentada, assim como as de Thomas.
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