Quando decidi dar um upgrade no armazenamento do meu setup, tanto no PC quanto no PlayStation 5, o Samsung 2TB 990 PRO com Heatsink chamou minha atenção. A promessa de velocidades insanas, um heatsink integrado para controle térmico e compatibilidade com o PS5 pareciam o pacote ideal para alguém como eu, que joga bastante e também trabalha com edição de vídeo. Depois de algumas semanas usando esse SSD nos dois dispositivos, posso dizer que ele entrega muito do que promete, mas também tem seus poréns. Vamos por partes.
Primeiro, a instalação. No PC, foi tranquilo – minha placa-mãe já tem um slot M.2 compatível com PCIe 4.0, então foi só encaixar, parafusar e pronto. O heatsink já vem acoplado, o que é uma mão na roda, porque eu não precisei me preocupar em comprar um separado ou mexer em thermal pads. No PS5, o processo também foi simples, seguindo o guia oficial da Sony. O tamanho do heatsink é perfeito para o console, respeitando o padrão PCI-SIG D8 (menos de 8,8 mm de altura), então não tive nenhum problema de espaço ou encaixe.
Desempenho no PC: Velocidade que faz diferença
No PC, o 990 PRO brilha. Eu testei ele com o Crystal DiskMark e os números foram impressionantes: leituras sequenciais próximas de 7.400 MB/s e gravações na casa dos 6.800 MB/s. Isso está bem alinhado com o que a Samsung divulga (até 7.450/6.900 MB/s). Na prática, o que isso significa? Transferir um arquivo de vídeo 4K de 50 GB do meu HD externo para o SSD levou menos de 10 segundos. Antes, com meu SSD SATA antigo, isso demorava quase um minuto. É o tipo de diferença que você sente no dia a dia.
Além disso, eu edito vídeos no Adobe Premiere, e o tempo de renderização caiu bastante. Projetos que levavam uns 15 minutos para exportar agora saem em cerca de 11 minutos. Não é uma revolução, mas para quem trabalha com prazos apertados, esses minutos contam. O desempenho aleatório também é ótimo, com IOPS (operações de entrada/saída por segundo) que chegam a 1,4 milhão para leitura e 1,55 milhão para gravação. Isso se traduz em inicializações rápidas de programas pesados, como o Photoshop, que agora abre em uns 3 segundos.
Experiência no PlayStation 5: Um salto nos loadings
No PS5, o foco era melhorar a experiência nos jogos. O armazenamento interno do console é rápido, mas com apenas 848 GB utilizáveis, eu precisava de mais espaço. Instalei o 990 PRO e transferi alguns títulos grandes, como Star Wars Jedi: Survivor e Elden Ring. O resultado? Tempos de carregamento praticamente idênticos ao SSD interno do PS5, o que já era esperado, já que o console limita um pouco o potencial do PCIe 4.0. Ainda assim, o Elden Ring, que levava uns 20 segundos para carregar do mapa ao jogo, caiu para uns 18 segundos – não é uma diferença gritante, mas é perceptível.
O que mais me agradou no PS5 foi o espaço. Com 2 TB, dá para manter uma biblioteca robusta sem precisar ficar desinstalando jogos toda hora. Eu tenho uns 15 títulos instalados agora, incluindo alguns que passam dos 100 GB, e ainda sobra espaço para atualizações. O heatsink também fez diferença aqui: joguei por horas e não notei quedas de desempenho por superaquecimento, algo que já vi acontecer com SSDs sem dissipação adequada no console.
Controle térmico: O heatsink cumpre o prometido?
Falando em heatsink, ele é um dos grandes destaques do 990 PRO. No PC, monitorando com o Samsung Magician (o software da marca), a temperatura ficou em torno de 45°C em uso normal e subiu para uns 55°C em cargas pesadas, como transferências grandes ou benchmarks. Isso é bem razoável para um SSD PCIe 4.0, que tende a esquentar mais que os modelos Gen 3. Comparado ao meu 970 EVO Plus antigo, que chegava fácil aos 60°C sem heatsink, o 990 PRO se sai muito melhor.
No PS5, não tenho como medir a temperatura exata, mas o console não deu nenhum aviso de superaquecimento, mesmo depois de sessões longas de Call of Duty: Warzone. O heatsink tem um design fino e elegante, com LEDs RGB que piscam em azul – um toque legal no PC, mas que fica escondido no PS5. Só um detalhe: o RGB não é configurável no console, o que é uma pena para quem gosta de personalizar.
Construção e confiabilidade: Samsung no comando
A qualidade de construção é típica da Samsung: sólida e confiável. O 990 PRO usa a NAND V7 TLC da própria marca e um controlador Pascal desenvolvido internamente. Isso dá uma sensação de integração que nem todo SSD oferece – tudo é feito “em casa”, o que, teoricamente, melhora a compatibilidade e a durabilidade. A garantia de 5 anos ou 1.200 TBW (terabytes escritos) é decente, mas não impressiona tanto quanto alguns concorrentes, como o WD Black SN850X, que oferece números parecidos por um preço às vezes menor.
Eu já tive um SSD Samsung que durou mais de 4 anos sem problemas, então confio na marca. Mas vale mencionar que, no lançamento, o 990 PRO teve relatos de degradação rápida de saúde em alguns lotes. A Samsung corrigiu isso com uma atualização de firmware, e o meu veio com a versão mais recente (1B2QJXD7), então não notei nada estranho até agora. Ainda assim, é bom ficar de olho no Magician para manter o firmware atualizado.
Software Samsung Magician: Um aliado útil
O Samsung Magician merece um parágrafo à parte. Ele é um software intuitivo que mostra a saúde do SSD, temperaturas, uso e até permite otimizar o desempenho. No PC, usei ele para ativar o modo “Full Power”, que aumenta um pouco as velocidades em troca de mais consumo energético. A diferença não é absurda, mas para benchmarks ou tarefas pesadas, vale a pena. Também dá para clonar drives antigos com o Data Migration, o que facilitou minha transição.
No PS5, o software não tem utilidade, já que o console não roda programas assim. Mas no PC, ele é um diferencial. Só senti falta de uma interface mais moderna – o design é funcional, mas parece preso aos anos 2010. Ainda assim, é uma ferramenta que agrega valor ao pacote.
Comparação com a concorrência
Comparado ao WD Black SN850X, o 990 PRO tem vantagens e desvantagens. O Samsung é mais rápido em leituras sequenciais e tem o heatsink incluso, enquanto o WD às vezes sai mais barato e é otimizado para jogos no PS5 (a versão SN850P é licenciada oficialmente). Em preço, está na faixa de R$ 1.500 pelo 990 PRO 2TB aqui no Brasil, o que não é barato, mas está na média para SSDs topo de linha com essa capacidade.
Outro concorrente é o SK hynix Platinum P41, que bate o 990 PRO em velocidade bruta (até 7.500 MB/s), mas não vem com heatsink e é mais difícil de achar por aqui. Para mim, o 990 PRO venceu pela praticidade e pela confiança na marca, mas se você prioriza custo-benefício, vale pesquisar.
Pontos negativos: Nem tudo é perfeito
Nem tudo são flores. O preço é um obstáculo – SSDs PCIe 4.0 ainda são caros, e o 990 PRO não foge disso. Para uso casual, como navegar na internet ou jogar títulos leves, você não vai sentir tanta diferença em relação a um SSD mais barato, como o 980 PRO ou até um Gen 3. Isso me fez questionar se o investimento vale para todo mundo.
Outro ponto é o consumo energético. A Samsung diz que o 990 PRO é 50% mais eficiente que o 980 PRO, mas em uso intenso, ele ainda puxa uns 8,5W no modo burst. Não é um problema no PC, mas em laptops pode afetar a bateria. Por fim, o TBW de 1.200 TB para 2 TB é ok, mas fica atrás de alguns modelos de 4 TB que chegam a 2.400 TBW.
Vale a pena?
Depois de semanas com o Samsung 2TB 990 PRO com Heatsink, minha impressão é bem positiva. No PC, ele transformou minha experiência com transferências rápidas e workflows mais ágeis. No PS5, trouxe a paz de espírito de não precisar gerenciar espaço o tempo todo, com desempenho sólido. O heatsink é um acerto, mantendo tudo sob controle, e o software Magician é um bônus útil.
Dito isso, ele não é para todo mundo. Se você não precisa de velocidades extremas ou tem um orçamento apertado, há opções mais em conta que entregam 80% do desempenho por 60% do preço. Mas para entusiastas, gamers hardcore ou profissionais que lidam com arquivos grandes, o 990 PRO é uma escolha que dificilmente decepciona.
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